ATSC vem ao Brasil mostrar mudanças na tecnologia

A ATSC, representante do padrão de TV digital utilizado nos EUA, participará do Congresso da Set (Sociedade Brasileira de engenharia de Televisão), que começa nesta quarta, 25, em São Paulo. A idéia é apresentar aos brasileiros um conjunto de "boas notícias", segundo Robert Graves, presidente do ATSC Forum. A mais importante delas é o desenvolvimento de uma flexibilização na transmissão do sistema de TV digital desenvolvido pela ATSC, denominado E-VSB ? (Enhanced) que na verdade reduz um pouco a taxa de transmissão, anteriormente fixada em 19,4 Mbps, para permitir mobilidade na recepção, um dos interesses claramente demonstrados pelos radiodifusores brasileiros. De acordo com Wayne Luplow, vice-presidente de HDTV da Zenith, o desenvolvimento desta opção de transmissão foi feito a partir da necessidade brasileira.
Ainda no Congresso da Set, a ATSC vai apresentar os resultados dos testes de laboratório realizados pelo CRC ? Communications Reserch Center, do Canadá, com receptores ATSC de quinta geração. Segundo relato de Yiyan Wu, pequisador sênior da instituição, foi possível verificar os avanços representados pela nova geração dos receptores utilizados no sistema. Foram testadas especialmente antenas internas e condições de recepção difíceis. Os novos equipamentos se comportaram muito bem, segundo os executivos do ATSC. Para Wayne Luplow, da Zenith, esta é uma das grandes vantagens do padrão: ?o desenvolvimento pode se dar sem que seja necessário fazer qualquer alteração no sistema de transmissão, bastando para isso, trocar um chip no receptor. A mudança deste chip não encareceu o equipamento. Ao contrário, com os ganhos de escala, os equipamentos de quinta geração estão sendo comercializados por valores bem mais baixos do que foram comercializados os de quarta geração". Ainda de acordo com Luplow, recentemente, a Sinclair (um dos primeiros grupos de comunicação norte-americano a contestar junto ao FCC a eficiência do ATSC para recepções indoor) manifestou formalmente sua satisfação com os novos desenvolvimentos na tecnologia.

Caixinha barata

Diante das previsões de que pelo menos 15% dos usuários de televisão aberta norte-americanos não terão como comprar os set-top box para recepção dos sinais digitais pelos televisores analógicos, a ATSC firmou com o FCC um compromisso de disponibilizar estes equipamentos por US$ 100 a partir de 2006 e por US$ 50 em 2008. Na opinião de Robert Graves, este tipo de equipamento certamente interessa ao Brasil. Esta semana, os representes da ATSC deverão se encontrar com dirigentes do Ministério das Comunicações e da Anatel. Graves diz que o Brasil tem o direito de tentar desenvolver seu próprio sistema de televisão agregando o que houver de mais desenvolvido no mundo, e a ATSC "está demonstrando seu interesse em colaborar com o País".
Nos EUA já foram vendidos, segundo os representantes do ATSC, 10 milhões de equipamentos de recepção (incluindo HDTV, equipamentos standard definition e set-top boxes), totalizando negócios de R$ 20 bilhões. Na Coréia do Sul (que também utiliza o ATSC) foram 1,4 milhão de unidades digitais vendidas desde junho de 2003.
A expectativa para o México, onde o padrão foi adotado recentemente, é que a implantação seja lenta, começando pelas grandes cidades e pela faixa de fronteira com os EUA.

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