Duas das maiores empresas de TV por assinatura dos EUA mudaram de comando nas últimas duas semanas. A AT&T Broadband, maior MSO do país, substituiu o CEO Dan Somers por William Schleyer. Na Charter Communications, quarta maior MSO, Carl Vogel entra no lugar de Jerald Kent.
As mudanças refletem a contínua incerteza quanto ao mercado de cabo nos EUA. A AT&T Broadband tem apresentado uma das piores performances entre as empresas do setor nos últimos anos, gerando margens de cerca de 20% sobre o fluxo de caixa, contra 40% ou mais em média das demais operadoras.
Parte do problema foram os investimentos bilionários feitos pela empresa para atualizar as redes que comprou da TCI em 98. Muitas destas redes estavam em cidades pequenas e operavam com equipamentos desatualizados, inadequados aos ambiciosos planos da AT&T de oferecer serviços avançados como telefonia e acesso à Internet.
A indicação de Schleyer é uma demonstração de força do vice-chairman da AT&T, Amos Hostetter, cuja Continental Cablevision formava a outra parte do que veio a ser a AT&T Broadband. A Continental foi comprada inicialmente pela telefônica US West, e em seguida pela AT&T. Schleyer foi presidente da Continental.
A Charter vem sendo uma das MSOs mais agressivas em termos de implantação de novos serviços. A empresa, cujo dono é o co-fundador da Microsoft Paul Allen, comprou uma dúzia de pequenas operações locais pelos maiores preços já pagos no mercado e ainda gastou bilhões de dólares para atualizá-las.
Wall Street, num primeiro momento, aprovou os planos da Charter, elevando os preços de suas ações. Mas nos últimos meses os resultados dos serviços avançados foram mais amargos que o esperado, e a ação caiu quase 50%. Vogel, um veterano da indústria com passagem pela Jones Intercable, Echostar e mais recentemente pela Liberty Media, disse que vai continuar investindo fortemente em serviços avançados, mas também focando-se em fortalecer os serviços básicos.
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