Os esportes como "game changers" no engajamento com as audiências brasileiras e geradores de negócios foi tema de um dos painéis do Samsung Ad Talks, evento realizado pela Samsung Ads nesta quarta-feira, 24 de abril, para debater temas relacionados ao universo da TV conectada. Esporte foi um tema bastante presente no encontro, uma vez que uma das grandes novidades da Samsung TV Plus é a inclusão do canal CazéTV em seu portfólio.
Uma das comentaristas da CazéTV, a ex-jogadora Ju Cabral, participou do debate e contou um pouco mais sobre sua trajetória no futebol como atleta e, mais tarde, como comentarista, em veículos como Band, RedeTV! e ESPN. "O Casimiro, na CazéTV, tem uma conexão intensa com o público jovem – mas não só. Tem diversidade. Assim que ele sai da live e vai para outras formas de transmissão, atinge um público mais amplo e diverso. O conteúdo é aberto para quem quiser consumir, a hora que quiser consumir. Para mim, a melhor vantagem é que o formato não pede a formalidade da TV e nem a fala rápida do rádio. É um jeito simples de ser", avaliou. "Mas o conteúdo não pode ser vazio. Não preciso ser formal, mas preciso passar as informações com responsabilidade. É importante ter conhecimento e um olhar diverso para o que está acontecendo", completou.
Para Celso Miranda, jornalista da New Brasil, canal que também está disponível na Samsung TV Plus, uma característica interessante do esporte é que ele reúne tudo o que o público mais gosta de assistir – que é, além do esporte propriamente dito, notícias e novelas: "Tem a informação e também as histórias emocionantes dos atletas, de cada um que está envolvido nesse mundo. Todo dia é uma novela, um fato diferente que aconteceu. São coisas que envolvem nossa parte emocional, para além dos resultados dos jogos e títulos".
Miranda, que está nesse meio há bastante tempo, destacou o desafio de transformação na forma de falar e de tentar se conectar com o público com os conteúdos esportivos. "O jeito da gente conversar foi mudando muito. O mundo do esporte é descontraído, fácil de se levar, mas sempre houve uma certa formalidade dentro das TVs lineares e tradicionais. Hoje faço parte de um grupo que começou a modificar um pouco isso. Trazemos um pouco dessa 'quinta série', que é típica do brasileiro. Apesar do formalismo de anos de experiência, temos que adaptar a comunicação e abrir a janela para a troca. Hoje, é preciso saber entregar o conteúdo. E a evolução, que foi acontecendo à medida em que a tecnologia foi permitindo, proporcionou uma via de mão dupla com o público. Daqui a pouco, teremos um feedback ainda mais rápido. Isso só vai melhorar nosso trabalho e nossa capacidade de entender o público, que cada vez mais conhece o que está vendo, sabe os detalhes, monitora e nos ajuda a fazer o que fazemos. É uma troca constante".
E, completando o que Cabral falou sobre responsabilidade, Miranda refletiu: "Nossa função é explicar as coisas. Dizer que o cara errou o chute, mas o porquê disso. Existem motivos técnicos – e está aí nossa função. Tem o engajamento emocional, mas precisamos passar a informação de um jeito leve, suave e direto. Tirar o fã dessa coisa do peso só da emoção. Tem o risco do engajamento direto sem ouvir o que o outro tem a dizer".
Mauricio Noriega, jornalista esportivo da CNN Brasil, canal que também pode ser assistido via Samsung TV Plus, acredita que, hoje, a produção de conteúdo esportivo deve ser o mais abrangente o possível. "A CazéTV experimenta essa questão da popularização do seu conteúdo, que não atinge mais somente o jovem que curtia o Casimiro como streamer, e sim todos aqueles que se interessam pelo conteúdo – que, às vezes, é uma transmissão exclusiva, e aí atinge uma gama muito maior. É um tipo de linguagem que talvez cause estranhamento para quem não está acostumado. O desafio dos narradores e comentaristas é entenderem isso", definiu. Para Noriega, na CNN o desafio é o oposto: entrar no meio de um noticiário e conseguir levar para o público a leveza do esporte. "Acredito na produção do conteúdo para fazer com que o consumidor da tela pequena, que gosta de ver esporte pelo celular, mude para a tela grandona. É o desafio da fragmentação do mercado", observou.
O jornalista mencionou ainda o fato de que, hoje, a comunicação esportiva não está restrita a quem tem os direitos de transmissão: "Tem muita produção de qualidade sendo feita por pessoas que não são especialistas na área – é uma lição a ser aprendida com humildade pelos jornalistas. Nós não somos únicos proprietários da informação". Para ele, isso tem a ver com uma fusão cada vez maior entre esporte e entretenimento. Noriega explicou: "Vemos hoje uma fusão de linguagens e plataformas. As transmissões da Fórmula 1 mudaram e beberam muito na fonte do videogame. Assim como as transmissões de futebol. Essa coisa de mostrar o gol de frente também foi importada do videogame. Tem conteúdo de grande qualidade sendo produzido pelas pessoas em suas próprias mídias. Essa fusão dá espaço para a criatividade".
Espaço e papel das marcas
Nesse sentido, os especialistas falaram também sobre as produções de séries e filmes sobre esse universo esportivo, que acabam por impulsionar o consumo de determinadas modalidades. "Uma grande sacada para as marcas é se associarem a essa produção de conteúdo. Envelopar isso", sugeriu Miranda.
Dentro desse tema, Ju Cabral alertou que, até hoje, as mulheres ainda são incentivadas a serem apenas espectadoras dos esportes, e não protagonistas, que podem transpirar, praticar e ocupar esses espaços – e que as marcas também têm responsabilidade em relação a isso. E, segundo um estudo divulgado nesta quarta pela própria Samsung Ads, os conteúdos esportivos na TV atingem homens e mulheres com a mesma força. "Se não existem diferenças, os estímulos deveriam ser os mesmos. Não somos incentivadas a praticar – no máximo a assistir. As marcas têm papel fundamental nessa transformação e precisam sair do espaço da repetição".