Sistema próprio teria problemas de escala de produção

O desenvolvimento de um sistema brasileiro de TV Digital teria alguns problemas graves e ?a coisa não é tão simples? quanto parece num primeiro momento. A opinião é de uma fonte técnica da Anatel que sintetiza seus argumentos na questão da escala de produção de equipamentos finais. Para esta fonte, a proposta apresentada pelo CPqD e Instituto Genius ao Minicom teria mais dificuldades em negociar em separado com cada um dos detentores de patentes dos padrões de vídeo, áudio, multiplexação e modulação do que negociar em bloco junto aos sistemas atualmente existentes ou em desenvolvimento, como é o caso do sistema chinês (do qual já estão participando técnicos indianos). Segundo a fonte, 80% dos sistemas digitais é igual, na medida em que as diferenças no padrão digital de áudio (MPEG-2 e Dolby) são irrelevantes, porque o próprio ATSC (que utiliza o Dolby) é compatível com o padrão de áudio digital do MPEG. Isto significa que a grande diferença segue sendo a modulação (COFDM e 8-VSB). Na avaliação deste técnico, mesmo considerando que o Brasil tem capacidade de desenvolver um sistema próprio, a velocidade deste desenvolvimento seria muito baixa em relação ao que acontece nos outros países ou blocos econômicos com mais recursos para pesquisa. Isto significa que uma possível ?ameaça? de desenvolver um sistema brasileiro ao invés de cacifar o Brasil no processo de negociação, teria o efeito contrário: ?nós não teríamos velocidade suficiente para apresentar resultados e teríamos que voltar atrás?, explicou a fonte.

Desenvolvimento

Ainda na opinião desta fonte da Anatel, a proposta que vinha sendo tocada pela agência tinha especialmente dois objetivos: obter royalties no mínimo iguais aos que pagam os países que aderiram ao sistema e ?sentar-se no board? ou seja, participar dos futuros desenvolvimentos do sistema. O técnico da Anatel explicou que, com esta providência, o Brasil participaria em condições de igualdade com os outros países que já aderiram ao sistema podendo incorporar nossos institutos de pesquisa e técnicos a este trabalho. Isto também poderia acontecer em relação ao sistema chinês (ao qual hipoteticamente a Índia poderá aderir), com a grande vantagem da economia de escala devido aos enormes mercados daqueles países.

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