Telemar compra operadora de TV paga Way por R$ 132 milhões

A Telemar acaba de levar em leilão as ações da operadora de TV por assinatura Way TV, que opera nas cidades de Belo Horizonte, Poços de Caldas, Uberlândia e Barbacena, todas em Minas Gerais. A operadora de telecomunicações, por meio de sua subsidiária TNL PCS S/A, pagou R$ 132 milhões pelas ações da empresa, 65% acima do preço mínimo. Foi uma estratégia agressiva, considerando-se que a única outra habilitada ao leilão era a Net Serviços (por meio da Net Belo Horizonte Ltda). A Net, contudo, sequer chegou a apresentar envelope com uma proposta.
A Telemar leva, assim, 100% das ações da Way, que eram pertencentes à Infovias (69,25%), Brasil Telecomunicações S/A (18,34%), Diários Associados (11,73%) e Clube de Investimentos Funcionários da CEMIG (0,68%). A Way opera com programação Net Brasil em todas as localidades, exceto Belo Horizonte. No final de 2005 eram 60,1 mil assinantes, sendo 41,1 mil de TV paga e 36,1 mil de internet banda larga (há assinantes coincidentes, no total de 17,2 mil). A receita bruta do grupo em 2005 foi de R$ 55,1 milhões, R$ 45,5 milhões de receita líquida, Ebitda de R$ 8,67 milhões e prejuízo de R$ 2,4 milhões. Pelo valor pago pela Telemar, o assinante de TV paga da Way (com a base que é pública, sendo os números de 2005) saiu a R$ 3,21 mil, sem a dívida. Contados todos os clientes da empresa, incluindo os de internet, o valor por assinante saiu a R$ 2,19 mil. Estes números tendem a ser menores, pois em junho a Way bateu os 70 mil assinantes no total (TV mais banda larga), mas os dados ainda não são públicos.
De qualquer maneira, é um valor equivalente ao do assinante de TV paga da Net Serviços pelo seu valor de mercado nos últimos dias (cerca de R$ 2,3 mil). A Vivax, ao fazer seu IPO no começo do ano, conseguiu que o seu assinante de TV paga chegasse a valer R$ 3 mil. Vale lembrar que pelo edital, os direitos sobre a rede da Way TV permanecem sob a propriedade da Infovias. A Way tem apenas o direito de uso.
A compra da Way pela Telemar ainda precisará passar pela aprovação da Anatel. A decisão da agência será importante, pois servirá de precedente para que se tire uma interpretação definitiva sobre a possibilidade ou não de uma operadora de telecomunicações prestar serviço de TV a cabo (a Lei do Cabo dá margem a interpretações conflitantes).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui