Festival de cinema insurgente, Cinecipó anuncia programação de sua primeira edição online

A 9ª edição do Cinecipó, festival do filme insurgente idealizado Cardes Monção Amâncio e Daniela Pimentel de Souza, estreia no digital com o objetivo de fazer o público refletir e consumir as produções audiovisuais nacionais realizadas por indígenas, negros, LGBTQIA+ e brancos dissidentes aliados nas lutas. No ar entre os dias 30 de novembro e 28 de dezembro, o evento visa explorar projetos que vão além das fronteiras ao selecionar, entre 500 inscritos, filmes que mergulham nas várias culturas que existem dentro do Brasil. Ao longo das semanas também fica disponível programação focada no público infantil. Entre curtas e longas, mais de 60 produções são exibidas gratuitamente no site.

Dividido em quatro mostras, os filmes foram divididos por eixos: "Derivas", com filmes que trazem algum aspecto de performance; "Retomadas", com produções que se apropriam de arquivos ou reconstroem uma narrativa por meio de outras histórias/imagens; "Vigílias", que partem do cinema mais realista que enfrenta alguma questão; e "Sonhos", narrativas que são subvertidas de alguma forma. A sessão de abertura fica por conta do colombiano "Nossa Voz de Terra – Memória e Futuro", de Marta Rodriguez e Jorge Silva, recém restaurado e relançado no Festival de Berlim de 2019. O festival também conta com exibição única e comentada, antes da estreia no circuito comercial, de "Sertânia", de Geraldo Sarno.

A programação geral da 9ª edição do Cinecipó conta com mais de 60 filmes, entre eles curtas e longas-metragens ficcionais e documentais. Entre os títulos de destaque da seleção estão: "Esperança 1770", na foto, (Carmen Kemoly) e "A Morte Branca do Feiticeiro Negro" (Rodrigo Ribeiro), produções que trazem reparações históricas às personagens reais, pessoas negras escravizadas no Brasil; os curtas inéditos "Nas giras do vento" (César Guimarães, Pedro Aspahan) e "Candombe do Açude: o passado contade pelo Canto – Pandemia – Isolamento ou Respiro?" (Danilo Candombe); as produções LGBTQI+ : "Bonde" (Asaph Luccas), "Gênesis" (Juan Augustin Greco e Maria Sanchez Martinez), "À beira do planeta mainha soprou a gente" (Bruna Barros e Bruna Castro) e "Rebu – A Egolombra de uma Sapatão Quase Arrependida" (Mayara Santana); a potência dos corpos negros performando em cena nos filmes "Julite" (Castiel Vitorino), "INSTITUIÇÃO_INTUIÇÃO" (Ana Pi), "República" (Grace Passô), "Rio das Almas e Negras Memórias" (Taize Inácia e Thaynara Rezende), "CoroAção" (Juciara Áwô e Luana Arah), "Tudo que é apertado rasga" (Fábio Rodrigues Filho); e conteúdo indígena em títulos como "Mãtãnãg, A Encantada" (Shawara Maxakali e Charles Bicalho), "O verbo se fez carne" (Ziel Karapotó)," #Kipaexoti" (Coletiva da ASCURI), "Nakua pewerewerekae jawabelia / Hasta el fin del mundo / Até o fim do mundo" (Margarita Rodriguez Weweli-Lukana & Juma Gitirana Tapuya Marru), "Jakaira" (Coletiva da ASCURI), "Virou Brasil" (Pakea, Hajkaramykya, Arakurania, Petua, Arawtyta'ia, Sabiá e Paranya), "ZAWXIPERKWER KA?A – Guardiões da Floresta" (Jocy Guajajara e Milson Guajajara).

A 9ª edição do Cinecipó também promoverá duas oficinas. São elas: Crítica Reparadora: Práticas Implicadas, com Juliano Gomes, de 30 de novembro a 4 de dezembro, das 14h às 17h; e Cinema de Montagem, com Renato Vallone, de 7 a 10 de dezembro, das 14h às 16h. Ambas serão ministradas online e as inscrições estão abertas pelo site.

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