"Júpiter", longa Max Original, aborda paternidade e novos modelos de família

Na última semana, chegou com exclusividade na HBO Max o filme nacional "Júpiter", uma produção Max Original e Dona Rosa Filmes em associação com o selo Particular Crowd da WarnerMedia. O longa é protagonizado pelo ator Rafael Vitti ao lado de Guta Stresser e Orã Figueiredo. Dirigida e roteirizada por Marco Abujamra, a produção aborda as temáticas do conflito de gerações e da formação da família contemporânea.

Na trama, Mario (Orã Figueiredo) é um detetive particular de cerca de 50 anos, especializado em flagrantes de adultério. Após uma perseguição – onde ele foge de um marido adúltero – sofre um infarto e sua vida começa a mudar. Ao voltar para casa, descobre que tem um filho de 17 anos, chamado Júpiter (Rafael Vitti), e que vai ser obrigado a cuidar dele dali para frente. Acontece que Mario é casado com Teresa (Guta Stresser) há 25 anos, e Júpiter é fruto de uma relação extraconjugal, o que complica ainda mais a vida do detetive. Uma relação conturbada entre os dois se inicia, baseada no conflito de gerações e na estranheza da súbita paternidade. Mario tenta introduzir Júpiter no mundo maravilhoso da investigação, mas o garoto é absolutamente inepto para a função. Depois de algumas desventuras e frustrações, descobre que ele tem outro talento: o xadrez, que aprendeu jogando pela internet. Júpiter é um jogador incrível, e Mario percebe que através do filho pode ter a chance de, pela primeira vez, fazer parte de algo importante na vida. No entanto, a tarefa de babá de adolescente enxadrista mostra-se bastante ingrata, e Mario se vê numa situação inusitada em que é obrigado a levar, em sua van, a equipe carioca de xadrez para um torneio em Juiz de Fora.

Assista ao trailer: 

"Júpiter é um personagem introspectivo, mas muito sensível e consciente de tudo que acontece ao seu redor. O traço que mais me interessa nele é agir sempre pensando em fazer o melhor e ser absolutamente honesto com os outros e com os seus sentimentos", analisa Marco Abujamra, diretor e roteirista do longa, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. "Já Mario é um homem de meia idade acomodado na vida. Ele não desenvolveu muito seu potencial e parece que estacionou nos 20 anos. Júpiter chega para tirá-lo dessa zona de conforto. As possibilidades que se apresentam com sua chegada fazem Mario lidar com suas frustrações e ressentimentos, e para ele ainda é muito difícil amadurecer. O Orã Figueiredo fez um trabalho muito bacana e conseguimos criar um arco sutil e intenso para o personagem", completa. 

"Júpiter" é um filme que fala de paternidade, novos modelos de família e escolhas pessoais e profissionais. "Cinema, assim como qualquer arte, é metáfora. É preciso estar atento ao lidar com temas da realidade. Ideologia sozinha não faz bons filmes. Na minha opinião, muitas vezes o cinema 'panfletário' acaba perdendo alcance, se tornando professoral e chato, sem nuances ou dúvidas, e cheio de certezas", reflete o diretor. "O público está atento às sutilezas, vê um filme para ter uma experiência estética e emocional. É ótimo que essa experiência proponha reflexões e mudanças na sociedade, mas não se pode colocar o carro na frente dos bois: um filme, antes de tudo, tem que ser bom pra ser transformador", conclui. 

Rafael Vitti interpreta o personagem-título, "Júpiter"

Elenco 

O filme "Júpiter" conta com nomes iniciantes – como Rafael Vitti, em sua primeira experiência de longa-metragem – e outros já consagrados, como Orã Figueiredo. Sobre o elenco, Abujamra comenta: "Eu venho da música, e depois, do teatro. Já havia trabalhado com praticamente todo o elenco do filme, seja como diretor ou diretor musical. São colegas e amigos de longa data. Um dos meus maiores interesses em trabalhar com cinema é o trabalho com o ator. Gosto muito de ensaiar, de trocar. Acho que um dos principais trabalhos do diretor é fazer com que o elenco esteja todo no mesmo filme. Às vezes uma atuação incrível pode não estar conversando o resto da cena, ou mesmo com a  linguagem do filme. Esse olhar, essa orientação, é fundamental. E trabalhar com os ótimos atores e atrizes do filme foi uma delícia. O elenco jovem também foi bacana de trabalhar. A Ana Kfouri fez uma preparação muito boa com eles. E são todos muito profissionais e talentosos. Muitos pontos aí também pra Dani Pereira, nossa produtora de elenco". 

Orã Figueiredo e Guta Stresser em cena do longa

Estreia 

Para o diretor, foi "um pouco estranho" não ter tido uma estreia no cinema por conta da Covid. Por outro, ele enxerga com bons olhos o fato de o filme ter sido lançado em mais de 30 países, por meio da HBO Max. "Isso é sensacional. Eu e a Mariana Marinho, produtora, ficamos muito felizes com essa parceria com a HBO. Nós, realizadores, temos que entender e abraçar o streaming", afirma. 

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