Na transformação digital, dados são importantes, mas não substituem o talento 

Painel "O novo pacto de valor: a agenda da transformação" no CenpHub (Foto: Divulgação)

A agenda da transformação e como anunciantes, veículos e agências se pautam dentro do contexto no qual a mudança é um dado da realidade entrou em debate no CenpHub, evento de mercado organizado pela Cenp e realizado nesta quinta-feira, dia 30 de março, em São Paulo. 

Roberto Grosman, chief transformation officer do SBT, ressaltou que a transformação digital é assunto fundamental hoje em dia. "Quando pensamos nisso, temos que olhar em primeiro lugar para o usuário, para como estão usando essas tecnologias. Afinal, elas impactam nos hábitos de consumo das pessoas. Na sequência, olhamos para a necessidade de novos serviços e produtos, o que impacta o mercado e como a nova competição se dá", definiu. 

"Olhando para o nosso mercado, as mudanças possibilitaram as chegadas de novos serviços em diferentes segmentos, como entretenimento, jornalismo, mídia, produção de conteúdo e distribuição, e tudo isso trouxe novas oportunidades e desafios. Hoje, as pessoas consomem conteúdo de formas muito diferentes, em plataformas e momentos diferentes. Durante mais tempo também, afinal estamos com o celular sempre a mão. Mas a TV segue sendo o meio que mais impacta as pessoas. A gente, como produtor e distribuidor de conteúdo, tem que olhar para essa mudança do consumo e do interesse das pessoas para oferecer a melhor solução – tanto para o consumidor quanto para o mercado publicitário. No fim do dia, quando estamos diante de um cenário de muitas mudanças, temos que ver o que segue igual: o valor do conteúdo e da informação. O que mudou foi a forma de consumir", avaliou. 

Trazendo uma visão de outro eixo do país, Eduardo Breckenfeld, CSO na Ampla Comunicação, de Recife, observou: "Quando falamos sobre esse assunto, o básico é: para conviver com a mudança, temos que nos transformar. Reaprender, experimentar e se provocar. A primeira estrutura de pensamento é essa, a de estar aberto. Não tem a ver com degradar valores, mas estar aberto a outros. Estamos numa era de informação fragmentada e em alto volume, por isso é necessário cuidado. Temos que nos permitir transformar e olhar para o novo, mas mantendo algumas essências". 

Dados combinados à capacidade humana  

O executivo da Ampla também retomou a discussão sobre o uso de dados, que é tão inerente ao mercado hoje em dia. Para ele, o caminho passa por investir em ferramentas e plataformas para se alimentar de dados, mas sem deixar de investir também em talentos capazes de ler esses dados e transforma-los em ações. "Dados dão direcionamentos, apontam tendências. Mas temos que ter cuidado para não virarmos reféns deles. Se você não lida com o dado com coragem, vira zona de conforto. É uma base importante, mas é necessário se provocar, fazer essa leitura para que ele vire um elemento de transformação e conexão. Além de ler o dado, viver o dado. Sair da frente do computador e ver o que está acontecendo com as pessoas. Isso traz insights mais únicos e verdadeiros e cria conexões mais reais e não óbvias", concluiu. 

Grosman concordou: "Dados são fundamentais. No SXSW, uma executiva da NBC Universal declarou que dados são importantes, mas que nós ainda não vimos nenhuma grande obra feita por eles. Ou seja: eles informam, mas as decisões e os caminhos são feitos pelas pessoas. As decisões podem ser baseadas em dados, mas tomadas com a capacidade humana". 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui