Radiodifusores debatem verticalização e produção independente

Quando veio à tona durante o VI Fórum Brasil de Programação e Produção o tema verticalização no modelo do broadcasting brasileiro (em que a emissora cabeça-de-rede controla desde a produção até o final da cadeia de distribuição com suas afiliadas), Octávio Florisbal, diretor geral da TV Globo, afirmou que isto é o que possibilita manter a qualidade e a audiência da programação. ?E é esta qualidade que garante que, mesmo na TV paga, 70% ou mais do share de audiência ainda sejam dos canais abertos?, apontou. Mesmo assim, Florisbal citou alguns exemplos de terceirização na emissora, como os Telecursos, programas da área de jornalismo ("Globo Ciência", "Globo Ecologia", "Auto Esporte") e na área de entretenimento, como "Cidade dos Homens" (que volta agora no segundo semestre) e a minissérie Carandiru, que estréia em julho. Florisbal disse que as produções na área do entretenimento são testes, mesmo assim prevê o crescimento da participação da produção independente na grade da Globo. ?No futuro, deve haver também parcerias com produtoras de cinema para a produção de filmes para a televisão. Mas queremos ter os mesmos estímulos que a área de distribuição de cinema tem?, disse.
Guilherme Stoliar, do SBT, concorda com Florisbal em relação à verticalização. Só nós (os radiodifusores) sabemos produzir para o nosso público", diz.
Johnny Saad, da Bandeirantes, acredita que a qualidade da TV aberta pode cair à medida que a TV paga crescer no mercado. Além disso, Saad diz que a verticalização se deve à realidade fiscal no Brasil. "A horizontalização, com várias empresas participando do processo e pagando impostos sobre cada fase do processo, inviabilizaria as produções", afirma Stoliar.

Abertura aos independentes

Já para Alexandre Raposo, presidente da Rede Record, a qualidade cai se as redes se vêem obrigadas a cortar demais os custos. Raposo diz que a produção independente é mais barata que a produção própria e que a Record pretende investir cada vez mais na compra ou contratação de produção. Quanto aos estúdios comprados no Rio de Janeiro para produção de novelas, Raposo diz que, especificamente no caso desse tipo de produção, as experiências com independentes não foram boas.

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