Longa inspirado no livro "O Nome da Morte", do jornalista Klester Cavalcanti, estreia nos cinemas brasileiros

No dia 02 de agosto, estreia no circuito nacional de cinema o longa "O Nome da Morte", baseado no livro homônimo do jornalista Klester Cavalcanti. Sob a direção de Henrique Goldman, a história real de Júlio Santana – um matador de aluguel profissional que matou quase 500 pessoas – virou filme com Marco Pigossi e Fabiula Nascimento nos papéis principais.

Klester Cavalcanti, autor do livro, pesquisou a vida de Júlio ao longo de sete anos – durante o período, os dois conversavam por telefone pelo menos uma vez por mês. Em entrevista coletiva realizada em São Paulo nesta quarta-feira, 26, Cavalcanti contou como conheceu Júlio e de onde surgiu a inspiração para transformar sua história em livro. "Estava fazendo uma reportagem sobre trabalho escravo na região da Amazônia e descobri que, ali, quando um escravo fugia, era comum que contratassem um pistoleiro profissional para matar um familiar do fugitivo. Essa era a forma que eles tinham de pressioná-lo a voltar. Pedi para conversar com um desses pistoleiros e me deram um número de telefone, com dia e hora certos para ligar. Quando liguei, tive minha primeira conversa com Júlio. Depois, descobri que aquele era um número de telefone público.", lembrou Klester. "O que era pra ser mais um personagem da minha matéria cresceu. Percebi que tinha muito material. Em 2006, Júlio me autorizou a usar seu nome real – Júlio Santana – em um livro. Então, nos encontramos pessoalmente pela primeira vez. Passei três dias com ele para conhecer melhor sua personalidade. É uma figura muito rica, no sentido humano mesmo.", definiu.

O ator Marco Pigossi foi o responsável por interpretar o matador de aluguel. Os crimes de Júlio foram cometidos ao longo de mais de vinte anos – durante esse tempo todo, ele passou apenas uma única noite na cadeia. Santana escondeu a vida de pistoleiro da mulher e do filho, que demoraram bastante até descobrir a verdade sobre sua profissão. "Meu principal objetivo era mostrar, através do Júlio, como mesmo pessoas boas se adaptam a tudo, inclusive coisas ruins, pois o ser humano é produto do meio em que vive. Ele não era um psicopata e nem tinha prazer em matar. Fazia isso de maneira profissional.", disse o ator, que teve em "O Nome da Morte" sua primeira experiência com longa-metragem para o cinema.

Fabiula Nascimento, que faz o papel de Maria, a esposa, afirmou que, para ela, o principal desafio foi não julgar as atitudes da mulher quando esta se deparou com a verdade sobre o marido. "As atitudes de Maria são fruto de uma falta de educação, perspectiva de vida e entendimento.", explicou a atriz, que traz na bagagem uma longa trajetória pelo cinema nacional.

Apesar de já ter interpretado um policial na televisão – na novela "A Força do Querer", da Globo – Pigossi revelou que teve que "desconstruir" o que já sabia em termos de pegar em armas, mirar e atirar. "Não podia parecer que Júlio sabia o que estava fazendo. Ele começou nessa profissão no susto, não foi ensinado por ninguém.", defendeu.

Com roteiro assinado por George Moura (de "Redemoinho", "Getúlio" e "Linha de Passe") e pelo próprio Goldman, a adaptação cinematográfica revela a ambiguidade da trajetória de Santana, um jovem de uma família pobre e religiosa, que se tornou um matador frio e ao mesmo tempo dedicado e carinhoso com a família. "Com esse filme, usamos a morte para falar da vida.", definiu o diretor, que passou 40 dias em Palmas com a equipe do longa gravando na região e nos arredores, como o Jalapão. Cenas focadas nas paisagens locais, inclusive, são um dos grandes destaques da fotografia da produção.

"O Nome da Morte" é produzido pela TvZERO em coprodução com a Globo Filmes e Telecine; patrocinado pela Riofilme; e distribuído pela Imagem Filmes. A estreia nacional acontece na próxima quinta-feira, 02 de agosto.

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