Ideal passará a fornecer para o mercado de telecom

Embalada após anos de faturamento crescente graças à demanda gerada pela digitalização do sinal de televisão no País, a Ideal, fabricante nacional de antenas, está investindo para diversificar sua oferta de produtos, expandindo para novos mercados.

Segundo o gerente de vendas Marcelo Zamot, a empresa importou novo maquinário e investiu na ampliação da linha de produção e de mão de obra ao longo do último ano. O objetivo, além de maior produtividade, é passar a fabricar torres de grande porte (até 150 metros) e capacidade e expandir sua atuação para o mercado de telecomunicações."Estamos nos preparando e queremos levar nosso know-how para esse novo mercado. Nossa previsão é ter esses novos produtos no mercado no primeiro semestre de 2016", disse o diretor.

Resultados

De acordo com Zamot, o faturamento da empresa no primeiro semestre desse ano foi 45% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. O plano da empresa, que vem crescendo entre 20% e 30% nos últimos anos, é aumentar seu faturamento em cerca de 40% em 2015.

Segundo o diretor, o momento favorável se deve, principalmente, à demanda gerada pela interiorização da digitalização do sinal de TV. "Esperamos que essa demanda aumente ainda mais a partir do final desse ano, quando o desligamento do sinal começar de fato", disse.

Além disso, a empresa notou maior demanda de rádios, no contexto da transição do sinal AM para FM. "Tem crescido bastante nos últimos meses e desenvolvemos produtos específicos para esses clientes. Mas a digitalização da TV ainda tem peso maior", afirmou Zamot.

Switch-off

Para Zamot, será difícil desligar o sinal analógico dentro do cronograma estabelecido pelo governo para o switch-off. Na avaliação do diretor, não será possível atingir os 93% de cobertura determinados no decreto em vigor. "Para desligar o analógico é preciso ter uma cobertura praticamente igual no digital. Acho que teremos algo em torno de 60% de cobertura e então será necessário reavaliar e pensar se é possível desligar com cobertura menor", disse.

Além disso, ele diz que a indústria precisaria aumentar sua produção para atender a demanda. Segundo ele, o problema é que a falta de planejamento por parte de governo e das próprias emissoras inviabiliza investimentos maiores nas linhas de produção. "A indústria vem vivendo de expectativas. Nesse último ano o aumento na demanda foi significativo porque o prazo para algumas regiões está próximo e muitas emissoras apresentam projetos 'no susto'. Mas não há planejamento de longo ou médio prazo".

Nesse cenário, disse, é improvável que as indústrias corram riscos. "A indústria precisa de uma afirmação, de uma certeza para expandir essa produção. Não posso investir em mais que dobrar essa produção e correr o risco de não haver demanda". O temor das fabricantes, segundo Zamot, é que, por falta de planejamento, a demanda se concentre nos últimos meses do prazo final. Nesse caso, não seria possível atender o mercado.

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