CCS terá representantes em grupos de trabalho do Minicom

O ministro das Comunicações, Eunício de Oliveira, fez um convite ao presidente do Conselho de Comunicação Social (CCS), Arnaldo Niskier, para que o conselho tenha representantes em três grupos de trabalho de comunicação no ministério. Eunício ofereceu vagas para o CCS no grupo de trabalho da TV digital, de Rádio Digital, e no grupo de trabalho que vai cuidar da Lei Geral de Comunicação Eletrônica de Massas.

Tensão

Após comunicar ao plenário o convite do ministro, o presidente do CCS, Arnaldo Niskier, indicou os nomes de três conselheiros para esta representação, e solicitou a anuência do plenário a estas indicações. A conselheira Berenice Bezerra questionou os nomes por serem os três representantes do empresariado no CCS. Segundo Berenice, a composição tri-partite do CCS (empresariado, trabalhadores e sociedade civil) exige que a indicação de representantes obedeça esta proporcionalidade política. Niskier argumentou que a indicação era sua prerrogativa, mas uma vez que havia a contestação da conselheira, ele colocaria a decisão para o plenário, desde que ela apresentasse nomes alternativos. Os nomes foram apresentados e, depois de uma longa e confusa discussão sobre representatividade e unidade de pensamento, as indicações foram votadas, e foram vencedores os nomes inicialmente colocados por Niskier, em dois casos com os votos contrários dos representantes dos trabalhadores. Foram indicados Paulo Machado de Carvalho Neto para o grupo de rádio digital, Gilberto Leifert para o grupo de televisão digital, e Paulo Tonet para o grupo da Lei de Comunicação de Massas.

Tumulto

O resultado da votação deixou indignado o conselheiro Celso Schöder, da Fenaj, que fez questão de registrar seu descontentamento diante do que chamou de "resultado previsto em função da composição do conselho". Seguiu-se um bate-boca entre o presidente Niskier e a conselheira Berenice com acusações mútuas de desrespeito à democracia e à palavra do outro, encerrada por uma ameaça de Niskier ao conselheiro Schöder, que reclamava por ter sua palavra cassada pelo presidente que simplesmente encerrou a reunião dizendo: "isto é só o começo. Agora vocês podem falar o que quiserem que a reunião já acabou". Não houve, por parte dos conselheiros, sequer um questionamento sobre a necessidade do Conselho de Comunicação Social, como órgão auxiliar do Congresso Nacional, e já composto por representantes de outras entidades, ter representantes em grupos de trabalho no âmbito do poder Executivo, por mais importantes que estes sejam. Questionado à respeito desta impropriedade por este noticiário, o presidente Niskier afirmou que o convite havia sido do ministro e que não ficaria bem para ele, como presidente do conselho, recusar o oferecimento.

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