TVRO também terá integração com OTT

"Não tem volta a união do streaming com a TV linear, mesmo na recepção por satélite", disse Eduardo Padilha, gerente de transmissão do SBT, nesta terça, 6, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado pela Glasberg Comunicações e promovido pela Teletime. A rede aderiu à iniciativa SatHD Regional neste ano, que preserva o modelo de regionalização das redes na migração dos sinais analógicos no satélite para o digital.

A opinião é compartilhada por Ana Eliza Faria e Silva, gerente sênior de regulatório e telecom da Globo. Para ela, a integração fluída entre o broadcast e a oferta OTT contemplada no DTV Play, nova geração do middleware da TV digital terrestre, também chegará, muito em breve ao satélite (TVRO). De fato, a indústria fabricante de receptores já vem desenvolvendo receptores híbridos capazes de trabalhar com o sinal de vídeo linear satelital (DVB-S2) e com plataformas OTT. Segundo Carlos Ottoboni, gerente de desenvolvimento da Century, a fabricante de receptores e antenas vem investindo em projetos de receptores híbridos, com caixas com OTT/DVB-S. "As caixas podem ter o sistema operacional Android para acesso às plataformas de VOD, como Globplay, Netflix e Prime Video", disse.

No entanto, diz Ana Eliza, a adoção da tecnologia híbrida no satélite demandará um esforço grande no desenvolvimento de uma integração fluída entre o sinal linear e a oferta OTT. "Temos um trabalho muito grande na criação da UX (experiência do usuário), por que estamos levando um público a duas atualizações praticamente simultâneas. Essa transição tem que ser dosada e trabalhada em termos de usabilidade para não frustrar o telespectador", disse.

A banda larga também começa a ganhar escala no público da recepção de TV aberta por satélite, diz a executiva da Globo, "o que se dá muito menos através das grandes operadoras, mas através dos pequenos ISPs", devido ao perfil demográfico deste público, afastado dos grandes centros. Os técnicos antenistas que fazem a venda e instalação de receptores satélites, muitas vezes, também fazem oferta de outras tecnologias, como câmeras de segurança, equipamentos para redes wifi no domicílio e até a oferta de banda larga.

"A oportunidade que a TV terrestre está criando não demanda ensinar o público o que é um app ou uma conexão à Internet. No ambiente do satélite também precisamos disso", diz Ana Eliza. "Mas a transição é mais delicada para esse público, que está fazendo o curso de adoção de tecnologia mais rápida e com perfil sócio econômico mais sensível a preço. Isso recai na indústria e canais de distribuição. Precisamos criar modelos que tornam a adoção viável", finzaliza.

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