O Prime Video lança nesta sexta-feira, dia 7 de outubro, a série original Amazon "Eleita", protagonizada por Clarice Falcão. Com direção geral de Carolina Jabor e direção de Rodrigo Van Der Put, a série conta com sete episódios de 30 minutos cada e poderá ser vista exclusivamente no Prime Video.
Criada por Clarice Falcão e Célio Porto, "Eleita" se passa em um futuro distópico não muito distante, no qual o estado do Rio de Janeiro está literalmente caindo aos pedaços. O governo fluminense não tem dinheiro e o resto do país não está muito melhor: não existem mais livros, professores, editoras ou imprensa profissional. Neste cenário caótico, Fefê (Clarice Falcão), uma jovem influenciadora digital com aversão a qualquer tipo de responsabilidade, decide se candidatar a governadora do estado "na zoeira". O problema é que essa piada fez sucesso.Eleita, ela – que não sabe a diferença entre governador e prefeito – tentará conciliar sua vida agitada de festas com a administração do Estado do Rio de Janeiro. Assista ao trailer:
"A Clarice é uma pessoa que sempre me interessou muito. Ela é plural – atua, canta, e nas suas composições traz muita dramaturgia. Já via a possibilidade de fazer algo maior com ela e, no final de 2017, a procurei para trabalharmos juntas. Minha proposta era um projeto tipo 'Girls', onde ela atuasse, escrevesse e dirigisse. Mas ela não queria ficar nessa parte comportamental e veio com a ideia de 'Eleita'. Achei a premissa muito forte e logo vendemos o projeto para a Amazon. Começamos a desenvolver a partir de 2018 e, quando estava tudo pronto para filmar, veio a pandemia, e acabamos postergando. Logo percebemos que seria muito legal estrear em 2022, bem nesse contexto de eleição. A Clarice era ótima no Porta dos Fundos, o trabalho deles é genial, mas ainda é muito masculino. Agora, ela tem seu próprio show, do tamanho que ela merece", contou a diretora, roteirista e produtora Carolina Jabor em entrevista exclusiva para TELA VIVA.
Carolina ainda falou sobre a personalidade da protagonista: "Desde o começo, a Clarice disse que queria fazer uma personagem mulher falha, errada, torta. E isso nesse momento em que vemos personagens femininas sendo construídas de maneira mais heróica, guerreiras. Ela não queria mais isso, buscava essa mulher diferente. Ainda mais na comédia, em que os homens são cheios de defeitos e as mulheres são sempre legais e boazinhas. O fato de estarmos justamente fazendo uma comédia nos possibilitou criar essa personagem. Essa idealização não é necessária. Eu, particularmente, gosto de personagens falhas".
Ao longo dos episódios, essa personagem, que é da noite, moderna e jovem, passeia por ambientes mais clássicos e formais. "Nossa ideia era: quando estávamos em lugares como a Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), trazer a linguagem clássica das séries políticas, mas com a atitude dessa mulher mais ousada – que tropeça e cai, coloca o pé em cima da mesa, aparece de pochete. O tempo inteiro buscamos esse contraste. Estudamos bastante para encontrar o tom da comédia e como filmar. Acho que essa escolha por um estilo mais clássico, mas com essa atitude mais desbocada, foi acertada", apontou a diretora.
Contexto político
A série estreia nesta semana, em meio ao primeiro e segundo turno das Eleições no Brasil. "Acho que encontramos um jeito de falar desse assunto que tanto nos impacta, mas de forma engraçada. É uma sátira política, que obviamente vem junto de críticas e reflexões. Acho que há espaço para a série provocar reflexões sobre como votar, a escolha dos candidatos, onde isso pode dar. Com a comédia, é possível avançar em certos tópicos e alcançar um público que, inicialmente, não se interessaria em vê-los num drama, por exemplo. Nosso elenco está cheio de comediantes, vários nomes do Porta, então vejo que pode comunicar mais. Tratar de política com humor não é fácil, mas demos boas risadas", afirmou.
"Sempre que começo a pesquisar um assunto para um projeto, busco entender o que está por vir. Quando começamos a trabalhar em 'Eleita', já tinha o Trump, logo veio a escalada do Bolsonaro na internet. Você via que o crescimento dele se dava muito por memes, o que circulava nas redes sociais. Isso tudo influenciou demais. A gente escrevia as coisas e, logo na sequência, situações parecidas aconteciam na vida real. Isso aconteceu muitas vezes. A realidade foi nos alcançando. A princípio, a série se passa num futuro distópico, mas acabou que ela ficou muito no presente. Se aproximou muito. Acho que nem é mais uma distopia", completou.
O elenco da produção conta também com Diogo Vilela, Luciana Paes, Polly Marinho, Rafael Delgado, Bella Camero, Felipe Velozo e Pablo Pêgas, além de participações especiais de Ingrid Guimarães, Diogo Defante, Cristina Pereira, Betty Gofman, Suely Franco, Noemia Oliveira, Luis Lobianco, Fábio de Luca, Estevam Nabote, Alessandra Colassanti, Gillray Coutinho e Juliana França.
Com roteiro de Célio Porto (roteirista-chefe), Clarice Falcão, Matheus Torreão, Rafael Spínola e Carolina Jabor, a série tem produção executiva de Juliana Capelini, Renata Brandão e Carolina Jabor, da Conspiração.