Para expandir internacionalmente, Porta dos Fundos une ideias universais a elementos locais dos mercados que quer alcançar

Segunda temporada de "Harina" (Foto: Divulgação)

Uma das frentes mais importantes na estratégia do Porta dos Fundos é o braço de internacionalização. Hoje, o grupo conta com duas divisões fora do Brasil, sendo uma no México e outra na Polônia. E no último mês de outubro, estreou a segunda temporada de "Harina", série mexicana produzida pelo Porta dos Fundos, no Prime Video México e Comedy Central Brasil. "Harina" é baseada na esquete homônima do Backdoor México, que é a divisão mexicana, e é a primeira série latino-americana do Porta – portanto, desempenha um papel relevante nessa estratégia de internacionalização da produtora. 

"'Harina' é uma excelente referência de como pensamos nosso humor internacionalmente", citou Thiago Lopes, CEO do Porta dos Fundos, em entrevista para TELA VIVA. "É uma personagem baseada no Peçanha, das esquetes do Brasil, mas a série é concebida de maneira a ser extremamente fiel a nuances da cultura mexicana, produzida por e para pessoas que entendem como o Peçanha se materializaria naquela cultura. Existem personagens e situações que são universais. Mas, na hora de transpor para a tela, elas precisam de um repertório local para se tornarem relevantes. 'Harina' é muito bem sucedida nesse lugar de combinar as duas coisas", explicou. 

O CEO afirmou que a expansão internacional do Porta do ponto de vista criativo deve sempre se dar dessa maneira, em que eles pensam no que é universal em uma ideia mas, ao levá-la para outro mercado, garantem que ela ganhe componentes que façam com que ela pareça muito local e familiar para aquele público específico: "Sempre tivemos em mente que o conteúdo do Porta é altamente relacionável, ou seja, as pessoas logo identificam quem são aqueles personagens e situações. Isso vem muito do olhar local mesmo. Por isso é tão importante trazer essas nuances particulares de cada lugar. Usamos uma identidade, um verniz local para complementar nossas ideias universais. Eu vejo essa combinação como pilar central dessa expansão". 

Para projetos futuros, o que eles querem é justamente usar a rede de relacionamento do Porta dos Fundos na América Latina para fazer coisas parecidas com "Harina". Lopes analisou: "É basicamente usar uma lógica de escala para as coisas que estamos produzindo por aqui e que podem viajar para outros mercados a partir dessa colaboração com talentos locais no mercado com o qual estamos fazendo negócio. Isso é muito importante para criar conteúdo relevante". 

O executivo resumiu: "Nossa expansão internacional tem a ver com levar para o mundo histórias que criamos aqui somando a elas elementos locais que deem relevância para essas ideias. E além disso, usar muito a rede de conexão que temos com os estúdios para levar ideias daqui para o mundo. É apostar na universalidade de ideias, mas com o entendimento de que elas precisam ter outro registro, uma outra cara se vão para outro mercado. Estamos tentando fazer isso, que é algo que tem clara relação com a natureza do trabalho do Porta". 

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