Diretor da Fremantle aponta tendências em formatos

Rob Clark, da Fremantle

Uma boa história não é necessariamente um bom formato. É o que diz Rob Clark, diretor de entretenimento global da Fremantle. Um bom formato, conta , é neutro, um conjunto de regras que pode ser aplicado em qualquer país, adaptado às características de cada local. "É como o futebol. As regras são claras e são iguais em todo o mundo, e funciona em qualquer lugar, com as características locais", disse o inglês, que participou esta semana do Rio Content Market. "O mais importante é a estrutura", completou.

Clark não acha que os talent shows sejam necessariamente uma tendência. "Sempre estiveram aí", diz. Mas chama a atenção para os programas de "crafting", habilidades manuais, que acredita que estão crescendo, com temas como culinária, cerâmica, costura etc.

Ele acredita que há espaço para um grande game show, gênero que também sempre esteve presente na TV, mas que está ganhando espaço nos horários nobres em diferentes países. "São programas que funcionam como imãs, atraem muita audiência e entregam para o primetime", diz.

Clark não acredita que a TV aberta sofra perdas significativas no curto prazo. As plataformas online, diz, afetam mais a TV paga, por ser de nicho. "O cara que gosta de programa de pesca tinha que esperar passar um programa semanal sobre aquilo. Hoje entra no YouTube e assiste quando quiser", diz.

Ele também não acha que a programação ao vivo seja tão fundamental para a sobrevivência do linear quanto se diz. "A Europa está se afastando do ao vivo. Pegue os programas de competição musical. São sempre editado, porque te permite criar as histórias, você produz as histórias. Além disso, o ao vivo é muito arriscado, imprevisível", diz. "Tem que ter história, o final tem que significar alguma coisa, senão ninguém vê", conclui.

Brasil

Clark diz que não vê razão para o Brasil não ser um produtor e exportador de formatos originais. "É um país jovem e diverso, o que é muito importante para se criar formatos. Existe uma suspeição em relação às grandes empresas, acham que vão roubar as ideias. Mas copiar ideias não funciona. O bom formato tem que vir de uma história, de um sonho", diz.

"Não estou aqui por bondade", brincou. "Se achar um bom negócio aqui, será bom para todos", afirmou.

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