Novos diretores da agência são empossados

Foram empossados em cerimônia no Rio de Janeiro nesta sexta, 19, os dois novos diretores da Ancine, Paulo Alcoforado e Glauber Piva, bem como o diretor-presidente da agência, Manoel Rangel, reconduzido ao cargo. No evento pode-se ter uma ideia de como deve ser atuação da Ancine nos próximos anos. Assim como fez na abertura do Forum Brasil, no início deste mês de junho, Manoel Rangel voltou a cobrar mais abertura no mercado de TV por assinatura. Segundo ele, trata-se do mercado audiovisual com maior potencial de crescimento. Crescimento que, segundo ele, depende do acesso das classes mais baixas, "historicamente entusiastas da teledramaturgia brasileira". Segundo o presidente da Ancine, excetuando o Canal Brasil e outros canais independentes, obrigatórios pela Lei do Cabo, a participação do cinema brasileiro na TV paga é muito pequena. Em 2008, afirmou, os outros canais, que não os independentes, exibiram 4,25 mil obras cinematográficas. Destas, apenas 45 eram brasileiras. Para Rangel, uma maior abertura e um mercado mais forte incentivará o empresariado a investir em novos conteúdos, canais e programadoras.
Rangel falou ainda do mercado de home video, que, segundo ele, precisa ter alguma isenção fiscal. "São oito mil locadoras, muitas delas em localidades onde o DVD e a TV aberta são os únicos instrumentos de distribuição audiovisual".
Rangel afirmou que os dois pilares da política pública audiovisual são o fomento à produção e o incentivo à circulação. "A ocupação do mercado interno segue sendo o maior desafio", disse. Mas não deixou de comemorar o aumento da participação dos filmes nacionais no mercado de salas nos últimos anos. Segundo Rangel, apenas em 20 países do mundo a produção local têm participação nas salas acima de 11%, o registrado no Brasil nos últimos anos. "Nenhum país da América Latina", disse.
Discurso uníssono
O discurso de posse do cientista social e militante na política cultural Glauber Piva não foi em sentido oposto ao de Rangel. Pelo contrário, Piva afirmou que "é impossível criar políticas para o cinema sem pensar no contexto onde ele está inserido', se referindo a todo o audiovisual. "É infrutífero e pouco inteligente pensar no cinema longa da televisão", completou.
Paulo Alcoforado apontou como primordiais na regulação do audiovisual o fortalecimento da atividade empresarial, o acesso aos mercados estrangeiros e o aumento do acesso por parte da população. Neste último quesito, apontou a TV e a Internet como principais ferramentas. A TV pública, disse, bem como a popularização do acesso à Internet, não apenas ajudarão a levar conteúdos a uma população hoje não atendida, mas fomentará o mercado destes conteúdos, valorizando os acervos existentes.
Mario Diamante, diretor da Ancine, conduziu a cerimônia, que conseguiu reunir agentes de todo o setor. Segundo ele, nas primeiras 23 semanas do ano, os títulos brasileiros tiveram público na salas cinema de 9,5 milhões de pessoas, o que garantiu uma participação de 19,5% no market share do cinema até momento. Em todo o ano de 2008, disse, o público dos filmes brasileiros foi de 9 milhões de pessoas.
Participaram ainda da cerimônia o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o secretário de Cultura da Bahia, Márcio Meireles.

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