Há mercado externo para o ISDTV? Pouco, calcula DVB

Análise numérica a ser considerada, feita por um grande defensor do padrão europeu de TV digital (DVB), acerca do otimismo que o Fórum do ISDTV mostrou durante a última NAB em relação ao potencial de exportação do chamado sistema nipo-brasileiro: "as avaliações sobre TV digital indicam que o mercado ainda aberto para padrões de 6 MHz e 60 Hz corresponde a aproximadamente 3% da cobertura da população mundial. O mercado ainda aberto em países com 7 MHz e 8 MHz de largura de banda é maior (aproximadamente 15% da população), mas esse mercado o ISDTV não tem como disputar, já que é tecnicamente incompatível com o mesmo. Assim sendo, o ISDTV, que conta com 2,8% de mercado mundial (porcentagem da população brasileira em relação à população mundial) poderia, se vencesse todas as disputas com o DVB-T e o ATSC (o que é altamente improvável), contar com 5,8% do mercado mundial. Em síntese, não há mais o que comemorar em termos de economias de escala, ou em última análise, de preços baixos para a população brasileira. Do jeito que está parece até desperdício de tempo tentar exportar, pois não vai acrescentar muita coisa, ao menos para o consumidor brasileiro".
Não é assim, evidentemente, que pensa o Fórum do ISDTV, mas as próprias empresas brasileiras sabem que a exportação, pelo menos nesse momento, não é a prioridade número um, até pelo volume de trabalho para colocar o padrão brasileiro "na rua". Também há quem diga que, mais importante do que a escala comercial, o que o Brasil busca é um bom posicionamento geopolítico em relação a uma tecnologia nova, e o ISDTV se prestará muito a isso.
Vale lembrar que quem disse que o Brasil tinha chances de explorar o mercado internacional de padrões para TV digital foi Peter MacAvock, diretor executivo do DVB Project, em entrevista a este noticiário na semana passada. Pode ter sido, obviamente, apenas uma declaração gentil.

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