Prevista para 2024, a chegada da TV 3.0 está sendo preparada pelo Ministério das Comunicações, Anatel e entidades do setor de radiodifusão. Mas há um receio com a questão do simulcast, isto é, da transmissão de conteúdo em mais de um meio de forma simultânea, segundo apresentado pelo secretário de radiodifusão do MCom, Wilson Diniz, no evento Café da Manhã com a SOR (Superintendência de Outorga e Recursos à Prestação) na sede da agência em Brasília nesta sexta-feira, 23.
Ele citou um estudo acadêmico que foi feito sobre o problema no Brasil. "O trabalho demonstrou que a gente não tem canal suficiente para o simulcast de todo mundo, então teremos que fazer algo mais conservador", destacou Diniz no evento na Anatel. De acordo com o representante do MCom, a experiência nos Estados Unidos demonstrou que o compartilhamento de faixas gerou problemas para executar a função. "A demanda de canais de 6 megas nos EUA gerou celeuma e estamos tentando evitar."
Presidente da SET, Carlos Fini comentou o problema norte-americano. "O grande calcanhar de Aquiles da transição dos Estados Unidos foi a canalização", disse, comentando que eles mesmos teriam demonstrado arrependimento na forma como foi feita o processo. "Fica a sugestão de olhar os acertos e erros em outros locais."
Diretrizes
Segundo Wilson Diniz, o decreto do novo padrão de transmissão (11.484/2023, publicado em abril deste ano), foi uma demanda do Ministro para estipular as diretrizes que serão adotadas pela Anatel e o Fórum SBTVD. Até o final de 2024, serão encerrados os estudos paralelos conduzidos por ambas as entidades para avaliar os critérios técnicos. Os resultados serão apresentados ao presidente Lula e, após a aprovação, serão submetidos à ABNT para a especificação das normas técnicas.
O secretário do MCom diz que foram recebidas mais de 30 propostas de várias partes do mundo, e agora os estudos estão centrados nas três tecnologias dos Estados Unidos, da Europa e do padrão do Japão, que é o novo SBTDV. "Estamos em momento final da escolha, mas o prazo é desafiador", afirma Diniz, citando que mesmo faltando um ano e meio, o tempo é curto para concluir esses estudos.
A pasta coordenará um grupo de trabalho com objetivo de propor regulamentação aplicável à TV 3.0. Esse GT contará com a participação da Anatel, entidades do setor de radiodifusão, o Fórum SBTVD, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e o Ministério da Fazenda.