Uma plataforma dedicada à compra e venda de imagens em movimento produzidas exclusivamente por produtoras de audiovisual independentes do Brasil, a IMAGin, será lançada para o mercado internacional nesta terça-feira, 26, na 26ª edição do Festival de Cinema Brasileiro, em Paris. A plataforma foi criada pelo ICAB (Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros) e a Cronos Audiovisual S/A, em parceria com a Bravi (Brasil Audiovisual Independente) e tem o objetivo de impulsionar o aproveitamento de milhares de horas gravadas e até então não utilizadas pelas produtoras independentes brasileiras. O lançamento é feito em parceria com a organização do Festival e com o apoio institucional da SPCine.
Segundo Marco Antônio Coelho, que está no comando da plataforma, a ideia é que o Banco de Imagens fortaleça a indústria audiovisual nacional justamente num setor ainda negligenciado: a monetização de acervos brutos, construídos em alta qualidade, nos últimos 20 anos.
Mauro Garcia, presidente da Bravi, explica que o pré lançamento há pouco mais de dois anos serviu para provocar as produtoras independentes a participarem da iniciativa. "A plataforma já ganhou volume e vamos fazer o lançamento internacional em Paris. Toda a parte de e-commerce está bem desenvolvida e temos certeza de que está na hora de fazer um lançamento mais ambicioso", explica.
A plataforma não atenderá apenas o mercado internacional. Pelo contrário, o que se deseja é que funcione como uma cooperativa, alimentada pelas produtoras independentes, mas também tendo elas mesmas como clientes. Por isso, há uma política de descontos para que as produtoras se tornem parceiras da plataforma. O desconto no uso das imagens depende do volume que o próprio cliente já ingestou na plataforma. Há ainda descontos para os associados da Bravi. "Temos incentivado as produtoras a pensar, sempre que saírem para uma locação, na geração de imagens para o banco de imagens", diz Garcia. "É cultural o produtor saber como explorar ao máximo o trabalho de produção. Precisamos mudar essa cultura no Brasil", completa Marco Antônio Coelho.
O banco de imagens já entra em operação em quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Francês) e com duas moedas correntes: o real e o dólar. Organizado em áreas temáticas os vídeos podem ser encontrados e adquiridos da mesma forma como são feitos em outras plataformas do gênero: por meio de buscadores de palavras (tags) ou pela simples visualização dos temas existentes.
Modelo de negócios
As produtoras disponibilizam arquivos na plataforma, com duração mínima de 8 segundos até 1 minuto, variando de qualidade SD a 4K, comercializando-os, seguindo o modelo já adotado pelos bancos internacionais. O upload dessas imagens pode ser realizado pelo próprio produtor ou editor, de maneira rápida, sem custos adicionais para a produtora. O acesso à plataforma é feito por meio de um cadastro no próprio site.
O modelo de negócios adotado é o de revenue share, sendo que a IMAGin pratica o teto de pagamento aos donos dos direitos das imagens praticado no mercado: 50%. "A maioria dos grandes bancos de imagens internacionais pagam entre 20% e 30%", diz Coelho.
A política de preços também é bem competitiva. "Quem define o preço é o produtor, mas a gente sugere que se cobre 30% acima do piso cobrado por imagens de temas semelhantes nos concorrentes. Entendemos que temos um apelo diferenciado por serem imagens geradas por brasileiros", diz Coelho. "Qualquer imagem nos maiores players internacionais custa a partir de R$ 3 mil. Nós cobramos a partir de R$ 500", completa o gestor do projeto.
Uma peculiaridade do IMAGin é que a plataforma também aceitará pedidos, criando um banco de imagens por demanda. Assim, se o usuário não encontrou exatamente o que procura, pode fazer um pedido, e as produtoras parceiras vão buscar em seus acervos internos para disponibilizar na plataforma.
Tudo documentado
Ele destaca ainda que toda a operação da seleção das imagens em movimento, do licenciamento, do visionamento ao ecommerce, até o download do arquivo escolhido, se dá exclusivamente dentro da plataforma em ambiente seguro e com todo o arcabouço jurídico de autorizações para o licenciador e para o licenciado. "Levamos em consideração as exigências de prestação de contas de projetos incentivados, para garantir que não falte nenhum documento ao usuário das imagens que usam recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, por exemplo", conta Marco Antônio Coelho.
A plataforma já está disponível em imaginbrasil.com.br. Produtores que queiram participar do banco de imagens podem procurar Marco Antônio Coelho em marco.coelho@imaginbrasil.com.br.
A Druida Filmes, que também está com seu acervo disponibilizado no Imagin Brasil, sente-se honrada com suas imagens das araras ilustrando a importante matéria!