De acordo com os dados apresentados pelo SindiTelebrasil, as comunicações móveis precisarão de mais espectro no futuro mesmo considerando a alocação da faixa de 700 MHz. A expectativa é que ao final de 2011 o setor tenha 730 MHz, considerando a venda das faixas de 2,5 GHz e 3,5 GHz. A demanda estimada para o período, entretanto, é de 780 MHz.
O problema, contudo não seria resolvido nem com a alocação da faixa de 700 MHz. Pelo contrário, seria agravado porque a demanda por banda cresce mais rápido. A estimativa é que em 2015 a demanda seja por 980 MHz, enquanto que as teles teriam 838 MHz, considerando o espectro do dividendo digital. Assim, o déficit que em 2011 é de 50 MHz passa a ser de 142 MHz em 2015. Para 2020, a previsão do sindicato das teles considera os mesmos 838 MHz alocados para o setor e uma demanda de 1.060 MHz.
Eduardo Levy, diretor executivo do SindiTelebrasil, voltou a pedir que o planejamento para a faixa seja executado antes da migração da TV digital. “Achamos que devemos antecipar o planejamento para não sermos pressionados por uma realidade que pode nos sufocar em cima da hora”, disse ele. Levy menciona o estudo do CPqD segundo o qual em mais de 90% dos municípios brasileiros não tem os canais do dividendo digitais ocupados. Assim, já é tecnicamente viável, que radiodifusão e telecomunicações coexistam na faixa.