Mobilidade na transmissão gera polêmica no CCS

A questão da mobilidade na transmissão de TV foi um dos temas que gerou mais polêmica na audiência realizada esta quinta, dia 26, pelo Conselho de Comunicação Social para debater a TV digital e a política editada pelo governo. Max Henrique Costa, professor de engenharia elétrica e computação da Unicamp, e Guido Lemos Filho, coordenador da Comissão Especial de Sistemas Multimídia e Hipermídia da Sociedade Brasileira de Computação, defenderam a tese de que a mobilidade poderia ser alcançada de maneira mais satisfatória se fossem usadas as técnicas de transmissão da telefonia celular, que utiliza um sistema de múltiplas antenas e células. Para argumentar contra a idéia, Fernando Bittencourt, diretor de engenharia da TV Globo, disse que o celular caracteriza-se por ser um serviço prestado para apenas uma pessoa, enquanto o broadcast é caracterizado pela transmissão para muitas pessoas simultaneamente e de maneira gratuita. Contra a tese, também foi lembrado que atualmente a regulamentação brasileira não permite que o serviço de radiodifusão seja prestado por operadores de telefonia móvel e que a canalização da terceira geração da telefonia móvel não seria suficiente para transmitir o sinal de todas as geradoras da cidade de São Paulo, por exemplo. Além disso, seria economicamente inviável para o operador prestar este serviço gratuitamente por causa dos custos de implantação da rede, que seria da ordem de US$ 350 milhões.
O professor de engenharia, Max Henrique Costa, levantou ainda outro ponto desfavorável à adoção da mobilidade, que é o fato do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) ter publicado uma lei proibindo o uso do celular por motoristas, alegando que falar ao telefone provoca distração do condutor. "Imagina que efeito um televisor ligado por ter sobre o motorista?", indagou Costa.

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