"A audiência não tem que ser o fator número um", diz Carlos Henrique Schroder

Para o diretor geral da TV Globo, Carlos Henrique Schroder, "a meta de audiência não tem que ser o fator número um, mas a relevância do conteúdo, sim". O executivo concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta, 27, no evento de lançamento da programação de 2013 da Globo, em São Paulo. Segundo ele, que assumiu recentemente a direção da emissora, os maiores desafios que vê hoje na Globo são os mesmos encontrados pela mídia global. "O desafio da mídia, mais do que da Globo, é trazer e conquistar o telespectador", disse, lembrando que a audiência é afetada por fatores externos ao da programação da TV, como feriados ou "um dia de sol". "Precisamos de produtos novos e mais atraentes o tempo todo. Temos produtos com 40 anos, mas que se renovam o tempo todo", completou.

Ele procurou não detalhar metas nem abrir números. Questionado sobre a pressão para superar os resultados financeiros apresentados em 2012, Schroder disse que "o faturamento estará atrelado ao crescimento do mercado e à economia do País".

Sobre a programação, o diretor geral da Globo destacou que não haverá mais um lançamento anual. "Teremos lançamentos e novidades o tempo todo. Já tivemos desde o inicio do ano e teremos mais em breve", disse.

Em relação às estratégias comerciais, no entanto, a Globo não pretende inovar. O executivo descartou a possibilidade de explorar novos modelos de comercialização. "Podemos discutir projetos novos, mas o modelo adotado hoje é vitorioso, não vejo porque mexer", disse.

Multiplataforma

Schroder aponta as novas mídias como parte do desafio e da solução para conquistar o telespectador. Todavia, as plataformas digitais são tratadas como ferramentas para garantir a audiência, de preferência, na tela principal, a da TV.

"A questão que se impõe é como acompanhar o telespectador. Com as várias mídias na mão do consumidor, não podemos mais estar só em casa. Precisamos mostrar nossa programação onde ele estiver", disse, citando a transmissão 1-Seg (pela TV digital) e a veiculação de conteúdo da Globo em frotas de ônibus e no metro.

Segundo executivo, um comitê interno vem estudando a exploração da Internet com o conteúdo da TV Globo, testando cenários distintos de difusão de conteúdo online, como a extensão do conteúdo da TV nas plataformas digitais, a criação de conteúdo exclusivo para estas plataformas e o uso delas para catchup TV. No caso da novela "O Astro", por exemplo, a Globo disponibilizou os capítulos inteiros na Internet, gratuitamente, após a veiculação na TV aberta. "Percebemos que a audiência na TV não caiu", disse. "A constatação é que a Internet não é adversário, mas complementar à televisão". Schroder diz que a emissora também vem trabalhando o conceito de segunda tela "para capturar o telespectador".

A Globo também testa, diz ele, a veiculação do conteúdo da TV ao vivo na Internet, paralelamente à exibição na TV aberta. Os primeiros testes acontecem na cidade de São Paulo com o jornal local "SPTV" e o "Globo Esporte". "Chegamos a trinta mil acessos por dia", disse.

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