Curta! exibe o documentário "Rindo À Toa – Humor Sem Limites"

Com a redemocratização, que culminou com a promulgação da Constituição de 1988, muita coisa mudou no Brasil. Uma delas foi o modo de se fazer humor. Em um contexto em que não havia mais censura, uma nova vertente da comédia nacional começou a surgir, podendo se utilizar de artifícios até então proibidos. Esse novo panorama é tema do documentário "Rindo À Toa – Humor Sem Limites", que chega ao Curta!. A exibição é na Sexta da Sociedade, dia 4 de novembro, às 22h10.

Dirigido por Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga, o filme mostra a gênese dessa geração de humoristas, sua relação com seus ídolos de juventude – que precisavam driblar a censura com criatividade e discrição -, a autocrítica sobre a relevância política e social desse estilo de comédia e a reflexão sobre temas como originalidade, vanguarda, limitações e o alinhamento comercial e editorial com o aumento do consumo de humor.

Entre os depoentes do documentário estão humoristas, atores, cartunistas e demais profissionais envolvidos com o entretenimento relacionado à comédia. Entre eles, Regina Casé, Hélio de la Peña, Andrea Beltrão, Tom Cavalcante, Miguel Falabella, Fernanda Young, Laerte, Evandro Mesquita e Chico Caruso. "Depois de anos de não poder nada, a nossa geração veio dizendo: chega!", resumiu Miguel Falabella.

Havia algo em comum na tônica desse humor dos anos 1980: a busca pela liberdade, após tantos anos de proibições. Mas as histórias e análises são diversas, englobando desde experiências pessoais a reflexões sobre o desenrolar do humor de lá para cá. Para alguns, a defesa das minorias – que limita certos tipos de piada – é uma evolução do que fora plantado na época; para outros, trata-se de um cerceamento. Seja qual for a interpretação do entrevistado, o espectador se vê diante da enorme pluralidade que só foi possível fora de uma ditadura. 

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