TVE e Radiobrás iniciam dia 2 transição para TV Brasil

Segundo a presidente da futura TV Brasil, Tereza Cruvinel, a emissora pública não será inaugurada no dia 2 de dezembro. "Nessa data, o que faremos é a unificação da programação da TVE com a TV Nacional, mantendo um telejornal de cada uma", diz a jornalista. Na data, também haverá uma programação especial do meio dia às 8 da noite com transmissões predominantemente ao vivo, explicando o caráter da nova televisão, mas ainda sem a nova marca. "Agora, teremos apenas uma vinheta de transição". A inauguração propriamente dita, que implica identidade visual nova, novos programas, nova grade e vinhetas, é algo que deve demorar um pouco mais. A expectativa é chegar a essa etapa em meados de março de 2008.
A TV Brasil começa, inicialmente, em Brasília e no Rio, chegando a São Paulo por meio de um canal digital que deve ser liberado esta semana pela Anatel. A expectativa de Tereza Cruvinel é que a transmissão digital na capital paulista comece em cerca de duas semanas.
A equipe de São Paulo está sendo montada, por enquanto, com o deslocamento de pessoal existente, e terá inicialmente cerca de 12 pessoas, coordenadas por Florestan Fernandes Filho. Cruvinel explica que haverá um processo de uniformização do sinal das geradoras e das associadas, mas que esse é um processo que demandará investimentos. "Até a Medida Provisória que criou a TV Brasil ser aprovada pelo Congresso, seria inclusive desrespeitoso com o trabalho dos parlamentares sair investindo ou preparando a programação nova", diz Cruvinel.
O modelo com as associadas (notem que evita-se o uso do termo afiliadas, como nas redes comerciais) será, segundo a presidente da TV Brasil, horizontal, dando espaço para que elas coloquem muita programação própria. Mas a recuperação das emissoras que comporão a rede (fundamentalmente, as emissoras estatais e educativas existentes) demandará investimentos. "Eventualmente, poderemos ajudar estas emissoras a buscarem recursos no BNDES ou formaremos grupos de compras de equipamentos, para reduzir custos".

Pontos de atrito

Os pontos que Tereza Cruvinel considera mais complicados na negociação da Medida Provisória com o Congresso Nacional são, primeiro, o fato de a TV Brasil não ter sido criada por projeto de lei. "Isso foi feito porque era impossível um processo desses deixando um vácuo entre duas fases. Já hoje é complicado investir, contrair gastos e mexer com pessoal durante a negociação da medida provisória, imagine se a discussão se desse por um projeto de lei".
Outro ponto que Tereza Cruvinel prevê dificuldades de negociação é a composição do conselho curador, onde o Congresso busca uma forma de ter ingerência nas nomeações e demissões.
Existem outros pontos de negociação complicada, apurou este noticiário, mas estes dois elementos colocados pela presidente da TV Brasil são, na verdade, os dois que o governo não tem como mudar a situação (no caso da edição da MP) ou está pouco disposto a ceder (caso do conselho curador).

Agência e Internet

Tereza Cruvinel diz que a atividade da Agência Brasil será ampliada e que este será o principal braço de Internet da TV Brasil. Também haverá o desenvolvimento das 10 emissoras de rádio que compõem o sistema, completando os três pontos de presença da Empresa Brasil de Comunicação.

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