Minicom apenas diz que apóia projeto de Martinez, sem dar argumentos

Em defesa do projeto do deputado José Carlos Martinez (PTB/PR) que prevê a obrigatoriedade de retransmissão dos sinais locais de TV por todas as operadoras de TV a cabo, falaram na audiência pública da Câmara desta terça, 19, os representantes da Rede Vida, Rede Mulher e o secretário de radiodifusão do Minicom, Antônio Carlos Tardelli. Em linhas gerais o argumento dos favoráveis ao projeto foi que a aprovação tornará a Lei do Cabo ainda mais alinhada à Constituição, ao permitir que emissoras regionais tenham sua programação distribuída pelas empresas de cabo. Tardelli fez uma apresentação "relâmpago", limitando-se a dizer que o Ministério das Comunicações era a favor do projeto. O bispo João Batista, da Rede Mulher, e Marcelo Coutinho, da Rede Vida, também atacaram o grande número de canais estrangeiros que fazem parte do line-up das operadoras de cabo, afirmando que este espaço poderia ser ocupado pelas retransmissoras locais.
O deputado Alberto Goldman (PSDB/SP) fez uma dura cobrança ao secretário de radiodifusão do Minicom, Antônio Carlos Tardelli. "Não posso admitir que a única coisa que o Ministério das Comunicações tenha a dizer é que não se opõe ao projeto", esbravejou o deputado, referindo-se à curtíssima apresentação do secretário. Tardelli reafirmou sua posição e deixou a audiência pública antes de seu final, alegando compromisso prévio. Mas as reclamações do deputado Alberto Goldman em relação à atuação do Ministério das Comunicações não se limitaram à apresentação do secretário de radiodifusão. O deputado, concordando com a apresentação do professor Murilo Ramos, da UnB, se disse indignado com o Minicom, que desde o primeiro semestre de 1999 (quando o ministro Pimenta da Veiga tomou posse) promete enviar ao Congresso o projeto de Lei de Radiodifusão. "Desde 1999 escuto que o ministério vai enviar ao Congresso o projeto. E para a minha surpresa leio nos jornais agora que o ministro Pimenta da Veiga desistiu de enviá-lo porque acha inoportuno fazer isso agora, justamente no momento em que ele deixa o governo", disparou Goldman.

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