Projeto de lei quer aumentar valor do incentivo à cultura em São Paulo

Uma proposta, chamada Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (Pro-MAC), foi protocolada pelo vereador Andrea Matarazzo (PSDB) na sexta-feira, 22, e pretende substituir a legislação atual de incentivo fiscal à cultura por meio da renúncia do ISS e IPTU – Lei Mendonça (10.923/1990) na cidade de São Paulo. A nova lei foi inspirada no Programa de Ação Cultural, o ProAC, do Governo de São Paulo.

O projeto de lei propõe que o município reserve 0,3% de tudo o que é arrecadado com IPTU e ISS para incentivo, o que equivale a cerca de R$ 45 milhões por ano, valor superior aos R$ 15 milhões determinados pela lei atual.

A proposta prevê que a empresa que investir em um projeto beneficiado pela lei receberá 100% do valor investido em abatimento de impostos. Na legislação vigente, apenas 70% do valor pode ser abatido nos impostos, cabendo ao patrocinador financiar os 30% restantes.

De acordo com o vereador, com a legislação atual, é difícil encontrar patrocinadores devido à necessidade de financiar 30% do valor do incentivo. “Identificamos que o projeto não estava sendo usado e estava muito burocratizado. A lei do ProAC funciona bem em nível estadual e pensei em fazer algo semelhante em nível municipal”, disse a este noticiário.

A proposta prevê também uma mudança nas sanções previstas em caso de inadimplência, que hoje podem gerar multas que chegam a dez vezes o valor do incentivo. No novo texto, as regras preveem a devolução do valor do recurso, a suspensão da análise e arquivamento de outros projetos que estejam em tramitação na Comissão Julgadora de Projetos e impedem o inadimplente de apresentar novo projeto pelo prazo de cinco anos.

A contrapartida ao incentivo, hoje determinada por lei, passaria a ser definida pelo autor do projeto cultural, tornando-se também um critério de avaliação. O PL prevê ainda a publicação de um banco dos projetos aprovados no site da Secretaria de Cultura, e amplia a quantidade de áreas que podem ser contempladas com o incentivo.

Segundo o vereador, a proposta não foi discutida ainda com a Prefeitura. Será encaminhada dentro da Câmara de Vereadores para trâmite nas comissões.

Confira lista com as áreas que poderão usar o incentivo caso o projeto de lei seja aprovado:

 – artes plásticas, visuais e design

– bibliotecas, arquivos e centros culturais

– cinema

– circo

– cultura popular e artesanato

– dança

– eventos carnavalescos e escolas de samba

– hip-hop

– literatura

– museu

– música

– ópera

– patrimônio histórico e artístico

– pesquisa e documentação

– teatro

– vídeo e fotografia

– bolsas de estudo para cursos de caráter cultural ou artístico, ministrados em instituições nacionais ou internacionais sem fins lucrativos;

-programas de rádio e de televisão com finalidades cultural, social e de prestação de serviços à comunidade;

-restauração e conservação de bens protegidos por órgão oficial de preservação;

– cultura digital;

-design de moda.

 -publicações, cursos, viagens, resgate de modos tradicionais de produção, desenvolvimento de novas tecnologias para as artes e para a cultura e preservação da diversidade cultural;


 

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