Netflix expõe dificuldades para crescer na América Latina

Em seu relatório financeiro do quarto trimestre de 2011, a Netflix expõe a seus investidores algumas das dificuldades para aumentar a penetração do serviço na América Latina. Segundo o informe, a empresa conseguiu conquistar na região o mesmo número de assinantes que obteve no Canadá no mesmo período de operação, mas em cima de uma base de lares com banda larga quatro vezes maior.

Segundo a empresa, os maiores obstáculos são a baixa penetração de dispositivos de acesso, a pirataria, a preferência por conteúdos legendados e o pouco uso de cartão de crédito para e-commerce.

A empresa afirma que está fazendo mudanças para superar estes obstáculos. Diz ter dobrado o número de títulos disponíveis desde o lançamento, aumentaram o volume de títulos legendados e dublados e o número de devices capazes de acessar o serviço. Também estão fazendo parcerias com empresas locais para processar os pagamentos e analisando formas alternativas de cobrança.

A receita internacional da companhia no trimestre foi de US$ 29 milhões, mas o resultado final das operações foi um prejuízo de US$ 60 milhões. Além da América Latina, a Netflix opera fora dos EUA no Canadá e no Reino Unido.

Balanço

Em seu relatório global, a Netflix afirma que o serviço de streaming vem crescendo, em boa parte graças à expansão da base de smart TVs e de acessos broadband mais velozes. A empresa relata que foram trafegadas 2 bilhões de horas de streaming no trimestre, ou uma média de 30 horas mensais por assinante.

A empresa adicionou 220 mil assinantes líquidos à sua base nos EUA no trimestre, e 380 mil internacionalmente, fechando o ano com 21,67 milhões de assinantes nos EUA e 1,9 milhão de assinantes fora dos EUA.

Nos EUA a Netflix obteve receitas de US$ 476 milhões no trimestre, com lucro de US$ 52 milhões.

Já nas assinaturas de DVDs físicos a Netflix perdeu 2,76 milhões de assinantes no trimestre, fechando o ano com 11,17 milhões de assinantes. Mesmo assim, ainda é o negócio mais lucrativo da companhia, com US$ 370 milhões de receita no trimestre, e lucro de US$ 194 milhões.

Curiosamente, a Netflix vê como a maior ameaça a seu modelo de negócios não os outros provedores de vídeo over the top, mas sim os serviços de TV everywhere oferecido pelas programadoras e operadoras tradicionais. Serviços como o HBO Go e o streaming da ESPN preocupam a companhia, pois oferecem conteúdos premium a custos menores para quem já assina os canais no cabo ou no DTH.

O relatório completo pode ser lido aqui.

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