Incêndio atinge depósito da Cinemateca Brasileira

Um depósito da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, em São Paulo, foi atingido por um incêndio na noite desta quinta, 29. Onze viatura do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao local para controlar o fogo.

O edifício de 8 mil metros quadrados não é a sede principal da instituição, localizada na Vila Clementino, também em São Paulo. O depósito, no entanto, também abriga parte do acervo da Cinemateca. Conforme apurou este noticiário, além de parte do acervo de filmes de 35mm e 16mm, mais de 1 milhão de documentos da Embrafilme estão no depósito. O prédio também abriga uma coleção de equipamentos cinematográficos, incluindo relíquias de mais de um século, registros da participação da Força Expedicionário Brasileira na Segunda Guerra, arquivos da TV Tupi, de expedições do Marechal Rondon. 

Em nota, a Secretaria Especial da Cultura afirma que todo o sistema de climatização do espaço passou por manutenção há cerca de um mês e que solicitou apoio à Polícia Federal para investigação das causas do incêndio.

A Cinemateca Brasileira passou por um agonizante processo de sucateamento, que levou ao fechamento da instituição em agosto do ano passado. O contrato de gestão com a Acerp – Roquette Pinto Comunicação Educativa, que é uma OS, foi finalizado de forma hostil em dezembro de 2019. A OS seguiu gerindo a Cinemateca até agosto de 2020, mas, sem o repasse de recursos do Governo Federal, não conseguiu honrar os salários dos colaboradores, bem como os contratos com segurança, energia elétrica, equipe de bombeiros civis, entre outros.

Desde então, houve algum movimento para a contratação de uma equipe reduzida, mas sem pessoal especializado. Em abril, ex-funcionários fizeram um manifesto pelo retorno aos postos de trabalho, lembrando que a instituição demanda constância de recursos e atuação de sua equipe técnica especializada. "Perante o quadro atual, pleiteamos o imediato retorno dos trabalhadores a seus respectivos postos de trabalho, cuja experiência é crucial para a recuperação da instituição", divulgaram à época os ex-funcionários, mas sem efeito.

Em junho deste ano o Governo Federal anunciou que faria um chamamento público para contratar uma nova OS para gerir a Cinemateca, mas estabelecendo um prazo de até seis meses para fazê-lo.

O chamamento público causou estranheza, uma vez que o Governo Federal chegou a anunciar à Acerp a reestatização do órgão – que seria para acomodar Regina Duarte, como um desembarque honroso da Secretaria Especial de Cultura. Quando deixou o cargo, menos de três meses após sua posse, Duarte afirmou que ganhou "um presente", que seria o "convite para fazer Cinemateca" (SIC).

Foto: Reprodução/TV Globo

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