OTT da Globo contará com conteúdo internacional relevante, além do original local

Durante o PAYTV Forum 2018, que aconteceu esta semana em São Paulo, o diretor geral do Globoplay, João Mesquita, deu algumas pistas do que deve ser o OTT que o Grupo Globo está desenvolvendo. O serviço terá uma proposta forte de conteúdo, com séries de longtail, conteúdo internacional recente e inédito, além de séries originais do grupo e o conteúdo da TV Globo. Os conteúdos Globo serão todos exclusivos de suas próprias plataformas. Entre os conteúdos internacionais apresentados estão séries atuais relevantes como "Handmade's Tale" e "The Good Doctor", além de "The Big Bang Theory".

"O serviço tem dois objetivos claros, embora conflitantes: manter o catchup aberto do conteúdo da TV Globo e vender um serviço com conteúdos originais exclusivos", disse o executivo. Ele lembrou que o Globoplay já existe, como ferramenta de catch-up da TV Globo, e será usado como ponto de partida para um futuro OTT. "Daqui para frente há muitas decisões a serem tomadas". O executivo aposta que a base de 20 milhões de usuários mês do atual Globoplay será um ótimo ponto de partida para o novo serviço baseado no modelo de SVoD.

Segundo Mesquita, a evolução será gradual para o novo produto, com novas funcionalidades lançadas mensalmente, porém adiantou que mudanças substanciais acontecerão até dezembro.

O conteúdo da TV Globo, em modo catch up, segue sendo exclusivo da plataforma no ambiente online, sendo que alguns produtos serão exclusivos aos assinantes, como os capítulos recentes das novelas e produções inéditas. No caso dos conteúdos abertos, que contam com publicidade, não terão os comerciais exibidos aos assinantes do serviço pago.

O conteúdo por assinatura (SVOD) terá um catálogo adquirido com estúdios internacionais e com empresas menores europeias e de outros lugares do mundo, além de conteúdos originais do grupo. "Confiamos de forma sólida na capacidade de produção do Grupo Globo, seja Globo ou da Globosat. Todos os braços somam conteúdo muito rico. Nos permite ter uma chance de chegar a todos os targets", diz Mesquita.

Do conteúdo da Globosat, apenas o Gloob está hoje no Globoplay, e conta, inclusive, com conteúdo exclusivo "Escola de Gênios". A plataforma pode ser uma primeira janela para alguns conteúdos, que seguem depois para os canais Globosat. Já os OTTs da Globosat continuam de forma independente, inclusive o Telecine Play, vendido à parte inclusive para não assinantes de TV, embora exclusivamente com operadoras.

A Globo.com lidera o desenvolvimento tecnológico da plataforma. "Temos que conjugar modelos de contratos vigentes, com novos contratos. A dificuldade não é tecnológica. É tudo menos tecnologia", diz o executivo.

20 milhões

Para Mesquita, a chegada com alguns anos de "aparente atraso", permitiu uma aprendizagem importante. "Em curto prazo, devemos ter uma posição de competição. O Grupo Globo tem uma relevância local", aposta. Para a Globo, o espaço hoje ocupado por um único serviço dominante permite a entrada de mais dois a quatro concorrentes.

O Globoplay atinge hoje mais de 20 milhões de pessoas por mês. Todavia, o número de pagantes, diz Mesquita, é muito menor. "Agora temos que convencer as pessoas a fazer o upgrade", diz.

Por fim, ele aponta que o foco é a assinatura, ainda sem valores definidos, e não a publicidade, "mas o grupo tem isso no DNA". Hoje o Globoplay custa R$ 18,90, mas com os novos conteúdos isso deve aumentar, mas mantendo o produto em linha com o que cobra hoje seu principal concorrente, o Netflix.

1 COMENTÁRIO

  1. O único jeito do Grupo Globo conseguir alguma competição com o Netflix, seria a inserção do conteúdo esportivo e do conteúdo jornalístico da empresa. Só nesse detalhe a empresa teria alguma vantagem, já que quem não assina TV paga teria motivo de sobra para optar pelo "Globoflix". Caso não coloque essas "gorduras" o produto por si só não seria interessante. Ter relevância local não impede que o consumidor tenha uma linha entre o bom senso e a mediocridade.

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