Gaispi, responsável pelas metas de 5G, vê trabalho adiantado em quase 2 anos

Depois de 16 meses em funcionamento, o Gaispi (grupo gestor coordenado pela Anatel para acompanhar os compromissos do leilão de 5G na faixa de 3,5 GHz) estima estar cerca de dois anos adiantado em relação ao cronograma inicial. O conselheiro da agência Moisés Moreira, presidente do Gaispi, não esconde a satisfação com o ritmo dos trabalhos, inicialmente visto com certo ceticismo considerando a dimensão dos compromissos assumidos pelas empresas e que teriam que ser gerenciados pelo Gaispi. "Das nossas quatro tarefas, ou rubricas, dá para dizer que em três a gente está bem além do que imaginávamos", diz Moreira, em entrevista a este noticiário.

Ele admite que o projeto piloto em Brasília, iniciado logo após a instalação do grupo, em dezembro de 2021, foi um momento em que muita coisa não saiu como esperado e houve um receio real de atraso no cronograma. "Ali, tivemos muitas dificuldades com a especificação e instalação dos filtros para a banda C e foi preciso usar o prazo extra do edital", lembra Moreira. "Mas a experiência e o comprometimento dos técnicos da Anatel e o trabalho da EAF compensaram essas dificuldades nas etapas seguintes e hoje estamos confortáveis", diz ele, ressaltando que uma mudança metodológica importante, que foi a aglutinação das cidades em clusters também ajudou a dar agilidade. 

No momento, a Anatel já está liberando espectro para operação do 5G em cidades que só deveriam ser liberadas em 2024. "Até o meio do ano serão cerca de 1,6 municípios liberados, ou 80% da população. A partir daí, é a estratégia comercial das empresas que vai determinar".

Das "rubricas" definidas como responsabilidades do Gaispi e da EAF, aquela que é essencial para o início do 5G é a instalação de filtros e a migração dos sistemas de recepção de satélite profissional (FSS). Segundo Moisés Moreira, a principal dificuldade foi a definição de um padrão de filtro mais eficiente, e a logística global complicada nos primeiros meses de operação. "Mas logo as coisas se ajustaram e hoje vemos que o processo foi bastante tranquilo", diz ele, lembrando que no início os operadores de satélite estavam preocupados com os riscos de interferência e a falta de registro, junto à Anatel, da localização das antenas de banda C. "Com a ativação do 5G em muitas cidades, vemos que o problema de interferência não existe mais". 

Segundo Alex Azevedo, assessor do gabinete de Moisés Moreira e coordenador do grupo de desocupação do Gaispi, em termos de orçamento para esta obrigação, o mais provável é que ele fique perto dos R$ 390 milhões inicialmente previstos.

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