Saída de Valente reduzirá conselho a três membros

O ex-conselheiro Antônio Carlos Valente, que anunciou sua saída da Anatel nesta sexta, dia 4, considera sua missão cumprida junto à agência. Para ele, a tarefa mais importante que fica para a Anatel daqui em diante é a inclusão digital, ?que, aliás, não deveria ser uma tarefa exclusiva da Anatel, mas uma tarefa de todo o governo e uma tarefa de toda a sociedade?, afirmou. Ele considera que deixou os trabalhos relativos ao SCD bem encaminhados. Em janeiro deste ano, o conselheiro havia tirado 30 dias de férias, dos quais só aproveitou sete. Segundo fontes da Anatel, ele foi solicitado a interromper as férias para ajudar nas questões relativas ao SCD. Na entrevista em que anunciou sua demissão, Valente não admitiu que a diminuição de sua renda pela metade, conseqüência de sua saída do conselho de administração da Perdigão, tenha pesado na decisão. Recorde-se que os conselheiros da Anatel, quando a agência foi criada, foram indicados para cargos em empresas estatais ou em que a fundação Sistel era acionista. Essa foi a solução dada por Sérgio Motta para viabilizar economicamente o conselho da agência, segundo declarações de testemunhas da época. Quando o fato veio à tona, contudo, Valente admitiu a mais de um interlocutor que sua saída do conselho da Perdigão (onde a Sistel era acionista), inviabilizava sua presença na Anatel e que ele não estava vendo solução para o caso. Nos últimos meses, ainda segundo testemunho de funcionários da agência, Valente vinha se mantendo bastante retraído e silencioso.

Em boas mãos

Desde fevereiro a Anatel encaminhou à Casa Civil da presidência da República (via Ministério das Comunicações) uma lista com os três nomes que interinamente cobririam a vaga de conselheiro aberta com a saída de Luiz Tito Cerasoli. Mas a Presidência não ratificou a lista, de modo que o conselho vem funcionando com apenas quatro membros. Encabeçam a lista encaminhada ao Planalto os superintendentes Jarbas José Valente, Ara Apkar Minassian e Rubens Donati Jorge. Como o decreto com a nova lista ainda não foi publicado, por razões desconhecidas, a saída de Antônio Carlos Valente deixa o conselho diretor reduzido a três membros: Pedro Jaime Ziller, José Leite Pereira e Luiz Alberto da Silva, número que, aliás, corresponde ao quorum mínimo para o seu funcionamento.

A nova vaga

Apesar das repetidas especulações de que o nome de Plínio de Aguiar Júnior já estaria escolhido para ocupar a vaga aberta na Anatel, o novo conselheiro ainda não foi indicado formalmente. Agora, abre-se uma nova vaga para ser ocupada por apenas cinco meses. De acordo com especulações de funcionários da Anatel, o segundo nome somente seria indicado após o término do mandato do conselheiro Valente, em 5 de novembro. Ainda segundo as mesmas fontes o próximo nome a ser indicado para o conselho será o de Márcio Wohlers, assessor especial do ministro das comunicações.

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