Estudo diz que convivência entre TV e LTE é possível mesmo em condições extremas

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apresentou nesta quarta, 7, resultados dos testes de coexistência entre o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) e o LTE na faixa de 700 MHz que indicam que a convivência é possível "mesmo em condições extremas".

A pedido da Abinee e com patrocínio dos fornecedores Alcatel-Lucent, Motorola, Nokia, e Qualcomm, o Centro de Estudos em Telecomunicações (CETUC) da PUC-RJ conduziu os testes de coexistência tanto em condições ideais de laboratório quanto em campo, com transmissões reais de sinais de TV e equipamentos comerciais de LTE em 700 MHz. De acordo com o professor do CETUC Carlos Rodriguez, "é possível a convivência mesmo em condições extremas, como um assinante na borda da área de cobertura da transmissão da TV, onde o sinal é fraco, e com uma (estação radiobase – ERB) eNodeB praticamente dentro da casa dele, desde que, é claro, se use técnicas de mitigação". Os testes não mostraram nenhum resultado significativo da TV no desempenho do LTE, segundo o professor Rodrigues, que classificou a tecnologia como estável em todos os cenários testados. A interferência que se verificou em determinadas circunstâncias foi da banda larga na recepção de TV.

Tanto o diretor de tecnologia da Nokia para a América Latina, Wilson Cardoso, quanto o diretor sênior de relações governamentais da Qualcomm, Francisco Giacomini Soares, afirmam que os filtros são capazes de eliminar a interferência do LTE sobre a TV na maioria dos casos. As técnicas de mitigação também consideram técnicas de engenharia nas ERBs e o bom e velho jeitinho na antena de TV. "Em uma das situações que achamos em Aparecida (SP), onde os testes de campo foram realizados com transmissão real (usando a TV Aparecida que usa o canal 52), a solução foi virar a antena", conta Cardoso, da Nokia, que acredita que a partir desses parâmetros a Anatel possa calcular o tamanho real da possível interferência e a quantidade de pessoas afetadas.

Os resultados dos testes, de acordo com o diretor do grupo setorial de telecomunicações da Abinee, Luciano Cardin, foram entregues à Anatel e ao Ministério das Comunicações e estão referendados no relatório dos testes da agência apensado à consulta pública do edital da faixa de 700 MHz.

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