Secom e EBC apresentam nova proposta para o canal de TV do poder executivo, antiga NBR

O governo federal, por meio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR) apresentou nesta semana a assessores de comunicação do poder legislativo e do poder executivo o novo canal de TV do poder executivo. A tentativa é de retornar o antigo canal NBR, que era exclusivamente voltado para ações do poder executivo, mas com um novo nome: Canal Gov.

O CanalGov, segundo a apresentação feita na reunião, pretende ser um canal de comunicação governamental para divulgar as ações do governo com a sociedade, usando um dos canais de multiprogramação da EBC, o TV Brasil 2.

Mas a ideia é ainda um pouco mais ambiciosa. O CanalGov será apenas um dos produtos do novo sistema de comunicação que o poder executivo quer implementar. A proposta maior envolve criar, sob a gestão da EBC, além da TV, uma rádio web; uma newsletter; uma agência de notícias, em formato de site; uma rede nacional de rádios e ampliar o acesso das redes sociais do poder executivo. A todo esse sistema, a Secom chamou de RedeGov.

Na RedeGov, está prevista uma nova programação, como o programa de rádio Bom Dia Ministro, transmitido também pela TV e redes sociais e aberto em satélite. A ideia é levar os chefes das pastas do poder executivo para serem entrevistados, com retransmissão em 10 rádios e por comunicadores de todas as regiões do país.

Também está previsto o programa "Conversa com o presidente", ao vivo, que nada mais é do que uma conversa sobre as pautas nacionais entre o jornalista Marcos Uchôa e o presidente Lula, direto do Palácio da Alvorada. O programa já está sendo veiculado por meio do Youtube. A ideia é que agora ele seja veiculado na nova TV CanalGov.

Também está no pacote de incremento dos canais de comunicação do poder executivo a distribuição gratuita de conteúdo audioviosual. Os programas e transmissões ao vivo poderão ser retransmitido em tempo real por qualquer emissora interessada, e o conteúdo ficará disponível para ser baixado gratuitamente direto da página web do canal. Segundo a Secom, a atual distribuição de conteúdos audiovisuais que a Secom faz já conta com cerca de 2.000 downloads por mês.

Um ponto que ainda não está posto na reorganização do sistema de comunicação governamental é a revogação da portaria que uniu os canais TV Brasil e NBR. A proposta apresentada pelo governo resolve a questão, feita pelo governo Bolsonaro, de maneira prática, mas não de maneira institucional.

Enquanto isso, na comunicação pública

Enquanto a parte de comunicação governamental ganha fôlego, por outro lado, nos seis primeiros meses de governo Lula, ainda não se viu nenhuma sinalização do governo Lula 3 de retomar os espaços de participação social da EBC. Isso envolve a retomada do Conselho Curador da empresa, que funcionava como um colegiado de monitoramento e de definição de políticas para a comunicação pública mantida pela estatal.

O Conselho Curador foi desativado pelo governo Temer e no seu lugar foi criado um Comitê Editorial, que até agora, ainda não foi instituído pela gestão de Helio Doyle. A apresentação do CanalGov pode ser vista aqui.

2 COMENTÁRIOS

  1. Excelente iniciativa está da RedeGov. Mas é péssimo que ela seja gerida pela EBC. A mistura, em uma mesma empresa, de comunicação pública com comunicação estatal é um tiro de morte na comunicação pública. Não tem chinese wall que resolva isso. Pior ainda quando uma é estimulada e a outra padece de abandono.

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