Telefônica lança acesso residencial com fibra óptica

Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica no Brasil, deixou claro em encontro com a imprensa nesta quarta, 12, em São Paulo, que a prioridade da empresa é a banda larga, como porta para serviços convergentes. A empresa está acelerando para não perder a corrida do acesso em alta velocidade. Atualmente, um em cada seis de seus clientes tem banda larga. Nesta quarta, anunciou uma nova versão do Speedy, com capacidade que pode chegar a até 100 Mb.
Essa nova rede de alta capacidade será ativada nos Jardins e bairros vizinhos da capital paulista a partir de janeiro e expandida aos poucos, e é baseada em fibras até a casa do cliente. Ela já chega a 40 mil domicílios e até o final de 2008 atingirá outros 160 mil na capital mais 240 mil no interior. Até agora foram investidos mais de R$ 10 milhões e no ano que vem serão outros R$ 123 milhões para penetrar em várias regiões do Estado. Não deverá ser muito difícil saber o caminho que a operadora seguirá. ?Onde a Net está, gera competição que leva a investir em projetos, implantação, eficiência de rede?, argumentou Valente.
A adesão do consumidor está crucialmente ligada ao fator preço. E este não é acessível no acesso em banda larga à grande massa de consumidores. Valente defende a companhia. Diz que nem tudo são ganhos e reclama dos impostos: ?A cada R$ 150 que o consumidor paga, R$ 50 são impostos.? Comparou o custo relativo de produtos e serviços no Brasil, mais caros que em outros países. ?Veja quanto custa o Fiorino no Brasil e na Europa. São impostos e custos transacionais elevados.?

Preço turbinado

O fato é que o acesso em banda larga continua caro e a redução do preço só ocorrerá ?como conseqüência normal do mercado, quando houver volume e também mais agentes?, admite Valente. Assim, o super Speedy da Telefônica, que começa com velocidade de 30 Mb, custará R$ 500 por mês, incluindo pacote de segurança e assistência técnica ao PC, rede Wi-Fi e TV por assinatura com programação flexível. Faz parte do plano o serviço de voz para falar à vontade em ligações locais e chamadas de longa distância para cidades dentro do Estado (fixo-fixo). A velocidade de 100 Mb estará disponível numa segunda etapa, ainda sem preço definido.
Indagado sobre a possibilidade de recorrer à publicidade para custear a banda larga, de modo a reduzir o preço ou garantir a gratuidade ao consumidor, como tem sido amplamente discutido no exterior, o presidente da Telefônica mostrou-se cético. ?Já se tentou a publicidade no passado e não deu certo. E o setor publicitário é como o bolso do consumidor: também há limite, não dá para financiar tudo.? Valente concorda que o modelo de negócio está mudando e as empresas terão de se ajustar a isto. Mas observa que é preciso ter foco no futuro. A publicidade para ele, neste caso, está no passado.
Para o executivo, o Natal de 2008 será ?muitíssimo mais com banda larga?. Isto porque o leilão de 3G, que está em andamento, tem um efeito multiplicador superior a qualquer investimento que o Estado faça para aumentar a inclusão. Entretanto, para que o Brasil esteja conectado até 2010, todos terão que se unir nesta causa, diz ele.
A Telefônica conta com 2 milhões de usuários conectados em banda larga, o equivalente a 28% da base desses clientes no Brasil, em novembro. O crescimento para a empresa foi de 25% em relação a 2006.

Mobilidade

Embora admita que a Telefônica esteja em posição de inferioridade em relação aos concorrentes que estão integrando as operações fixa e móvel, o presidente da tele espanhola no Brasil disse que hoje ninguém teria condições de ofertar produtos de telecomunicação no mesmo nível que sua empresa. O que fazer enquanto não tem uma operadora móvel sob o mesmo guarda-chuva? ?Administrar o desafio?, diz o executivo, ao enfatizar novamente que a participação do grupo espanhol na Telecom Italia não muda nada no Brasil.

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