O tamanho da Discovery e da WarnerMedia no Brasil

A fusão dos ativos da Discovery e Warner Media anunciada nesta segunda, 17, representa mais uma relevante consolidação no mercado brasileiro de conteúdos audiovisuais por assinatura com impactos na TV por assinatura, no crescente mercado de streaming, na venda de espaço publicitário, na produção de conteúdo e na aquisição de direitos esportivos.

Ambos os grupos passaram por consolidações nos últimos anos que tiveram impactos no Brasil. A WarnerMedia, além da compra pela AT&T, vinha passando por uma reestruturação que ainda estava em curso, com integração das propriedades regionais da Turner e da HBO. Como parte da reestruturação, o time de lideranças foi renovado este ano. A Discovery, em 2017, comprou o grupo de mídia também focado em non-scripted Scripps por US$ 11,9 bilhões. O grupo adquirido atuava no Brasil com o canal Food Network e fornecia conteúdo a outros canais.

Na TV por assinatura brasileira, os dois grupos de mídia contam com 34 canais, de acordo com a publicação mais recente da Ancine. A Discovery contribui na lista com 13 canais, sendo o infantil Discovery Kids e 12 canais de conteúdo non-scripted (Animal Planet, Discovery Channel, Discovery Civilization, Discovery Home and Health, Discovery Science, Discovery Theater HD, Discovery Turbo, Discovery World HD, Food Network, HGTV SD, Investigação Discovery e TLC).

No último ano, a Discovery Networks foi líder de audiência entre os grupos internacionais da TV por assinatura no Brasil. Três canais do grupo figuraram entre os dez mais assistidos da TV paga em 2020 – Discovery Kids, Discovery Channel e Discovery Home & Health – sendo o Discovery o canal de maior audiência de toda a TV por assinatura do Brasil durante o horário nobre.

A WarnerMedia é a proprietária dos canais premium HBO (Cinemax, HBO Mundi, HBO Pop, HBO Xtreme, HBO, HBO 2, HBO Family, HBO Plus e HBO Signature), e conta ainda com notícias (CNN International), infantis (Boomerang, Cartoon Network e Tooncast) e séries e variedades (I-sat SD, Space, TBS SD, TCM, TNT, TNT Séries SD, Tru TV SD e Warner Channel).

Além de contar com o campeão de audiência infantil, o Cartoon Network, a WarnerMedia, consegue grandes picos de audiência em seus canais de variedades e séries graças à exibição de seus poderosos assets esportivos.

Futuro serviço

Segundo o comunicado oficial, o objetivo com a junção dos ativos é formar uma nova empresa que terá escala e recursos de investimento significativos. A nova empresa terá conteúdo e capacidade de criação de conteúdo para coloca-la entre os líderes no mercado de streaming por assinatura. Ambas as empresas já competem nesse mercado. O serviço de streaming Discovery+ estreou em janeiro nos Estados Unidos e havia planos de lançá-lo no Brasil neste ano. A estratégia do grupo tem sido trabalhar com parceiros na comercialização do serviço, como a Verizon nos EUA, a Sky no Reino Unido e Irlanda e a Vodafone na Europa.

Por aqui, o portfólio de canais factuais tem boa performance nos VODs das operadoras. O Discovery Kids Plus, com conteúdo para assinantes do canal na TV paga, atingiu 3,7 milhões de instalações no ano passado.

A WarnerMedia conta com serviços para venda direta ao público no Brasil. Além do HBO Go, com o conteúdo da HBO, o grupo de mídia conta ainda com o Estádio TNT Sports, que substituiu o antigo Esporte Interativo. O HBO Max está com estreia marcada para junho, contando com conteúdo de entretenimento de todo o portifólio de canais da WarnerMedia. O novo serviço substituirá o HBO Go e, além da venda direta, será disponibilizado aos assinantes dos canais do grupo em algumas operadoras.

Conteúdo

Os dois grupos de mídia são competitivos na aquisição de direitos esportivos. No Brasil apenas a WarnerMedia disputa o mercado, contando com direitos da Champions League e da Série A do Campeonato Brasileiro.

Ambos atuam fortemente na produção de conteúdo local, sobretudo em parceria com produtores independentes. Em 2018 e 2019, de acordo com dados da Ancine, a Discovery investiu, somente através do Artigo 39 da MP 2.228/01, R$ 33,8 milhões em obras brasileiras. As empresas da WarnerMedia, por sua vez, investiram pelo mesmo mecanismo e mesmo biênio R$ 54,98 milhões.

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