Para 2024, a evolução da TV dependerá de novos hábitos de visualização, investimentos em conteúdo e mais publicidade

Os últimos anos foram intensos para o mercado de streaming, pois as mudanças no consumo de conteúdo transformaram os hábitos de visualização dos usuários, a produção de conteúdo e a necessidade de investimentos. Conforme visto na edição 2023 do estudo Inside Video Kantar IBOPE Mídia, 78,7% do tempo de consumo doméstico foi dedicado à televisão linear e 21,3% às plataformas online.

Com isso, podemos afirmar que a TV linear ainda é a principal transmissora de conteúdo nos lares brasileiros. E embora o binge content tenha se tornado uma nova forma de assistir, a programação usual com intervalos comerciais ainda representava ¾ da audiência.

Pensando nisso, os serviços de streaming viram uma oportunidade de capitalizar os usuários que aceitam receber propagandas durante os programas, sendo também uma tentativa de reverter a constante perda de assinantes.

E, com o crescimento dos dispositivos conectados no Brasil, as plataformas podem se beneficiar por estarem disponíveis durante sua jornada de visualização – algumas que começam a assistir na casa do CTV e finalizam nos aplicativos do smartphone, enquanto outras preferem consumir pela web.

2023: o ano da CTV

Agora mais do que nunca, o mercado de Connected TV cresceu exponencialmente com mais investimentos dos criadores de conteúdo para oferecer plataformas que forneçam conteúdo regular e exclusivo ao usuário. Com isso, eles podem explorar esse mercado e obter uma nova fonte de receitas.

Receita que vem principalmente de anúncios. Para os serviços de streaming, é uma forma de oferecer a assinatura por um preço mais barato evitando cancelamentos, e para o anunciante é uma oportunidade de oferecer seus produtos e serviços a um público personalizado.

Saber que o usuário gosta de um tipo de conteúdo pode ser uma ferramenta útil para entender o desempenho de seu produto, onde ele se beneficia mais e comparar com outros públicos. Além disso, com anúncios exibidos em conteúdo de streaming de alta qualidade das plataformas e estúdios de cinema, os anunciantes se beneficiam da associação com marcas reconhecidas.

Para 2024, mais conteúdo e ainda mais anúncios

Após alguma resistência dos clientes nos serviços de streaming devido ao alto custo, eles passaram a oferecer planos mais acessíveis – este com anúncios – para evitar os cancelamentos. Então agora, depois de ver que o usuário está aberto para ver propagandas por um preço mais barato, 2024 será um ano que vai potencializar os "intervalos comerciais" no streaming.

O conteúdo Fast também é uma tendência que cresceu em 2023 e continuará recebendo investimentos. Após o sucesso da PlutoTV, a TV Globo viu uma oportunidade para que seu conteúdo fosse oferecido no modelo.

Durante o quarto trimestre de 2023, eles lançaram dois novos canais Fast para exibir suas novelas clássicas com intervalos comerciais durante os episódios. Para o usuário que já está familiarizado com programação linear, isso não é novidade.

Com a versatilidade do consumo de conteúdo, uma estratégia omnicanal é crucial agora para entregar a mensagem certa, para a pessoa certa, na hora certa e no dispositivo certo, principalmente com a facilidade de começar a assistir em um lugar e continuar em outro.

Assim, mesmo que o usuário não tenha problemas em ver anúncios, ele precisa estar alinhado ao conteúdo, ao canal e ao dispositivo. Ou, como vimos antes, pode gerar um retrocesso e prejudicar não só o conteúdo, mas também a marca anunciada.

*Gustavo Marra é presidente da TVCoins

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