Globo aposta no áudio e busca parceria com a produção independente para criar podcasts

A Globo está apostando na tendência de crescimento do áudio, sobretudo dos podcasts, para ampliar o engajamento da audiência com suas diversas modalidades de produto e, por consequência, ampliar o contato das marcas anunciantes com seu público. Jorge Nóbrega, presidente-executivo do Grupo Globo, abriu o evento virtual AudioDay, realizado pelo grupo de mídia nesta quinta, 21, lembrando que o áudio faz parte do grupo há 75 anos, com a criação da Rádio Globo. "Quando nós criamos os serviços digitais de áudio, foi com a memória do rádio, que reinventamos para criar produtos que retenham e capitalizem em cima da produtividade, mas muito identificado com o processo de transformação que a gente está tendo na Globo em geral, que é a junção da tecnologia com o produto de qualidade, com a criatividade para produzir as experiências mais emocionantes e mais marcantes na vida das pessoas. Com isso a gente obtém engajamento, a gente obtém audiência e a gente passa ter conhecimento do consumidor. As nossas plataformas de áudio e os serviços de áudio que estamos lançando abrem uma enorme avenida para agente criar em cima disso", disse o principal executivo da Globo.

"As nossas plataformas de áudio e os serviços de áudio que estamos lançando abrem uma enorme avenida para agente criar em cima disso", disse Jorge Nóbrega, presidente-executivo do Grupo Globo, no AudioDay.

Nos Estados Unidos, de acordo com Erick Brêtas, diretor de produtos e serviços digitais da Globo, os podcasts devem movimentar valor próximo de US$ 1 bilhão do mercado publicitário em 2021. Para ele, o Brasil está quatro ou cinco anos atrás em desenvolvimento do mercado de áudio digital, mas se desenvolvendo rapidamente. "É uma aposta que estamos fazendo", disse.

Para isso, além de ampliar sua produção de conteúdo de podcasts, a Globo está buscando "mais vozes", através de parceria com produtores independentes. Segundo Brêtas, a Globo terá vários processos e canais para ampliar a conversa com produtores independentes de conteúdo em áudio.

Desde dezembro, a Globoplay passa reunir todo o conteúdo de podcasts da Globo, embora sigam disponibilizados em plataformas com Deezer e Spotify. Segundo Guilherme Figueiredo, head de Produtos de Áudio Digital, área criada em agosto passado na Globo, mais da metade do consumo dos podcasts da Globo acontece dentro das propriedades do grupo de mídia, e o restante nas plataformas de áudio. "Com a Globoplay, queremos aumentar ainda mais", disse.

A primeira parceria com a produção independente foi anunciada durante o evento, com a produtora B9, responsável pelos podcasts "Mamilos" e "Braincast", que passam a fazer parte do portfólio da Globo. O grupo de mídia fará a comercialização, distribuição e apoiará o marketing dos produtos. Além disso, em março o acervo dos podcasts estará na Globoplay. O planejamento de mídia e conteúdo de 2021 já está sendo realizado em conjunto.

Outra novidade importante anunciada foi a entrada do sinal ao vivo das rádios CBN do Rio de Janeiro e de São Paulo ao portfólio. Também são integrados à Globoplay os podcasts "O Assunto", "Papo de Política" e "Que história é essa, Porchat?", beom como os programas de áudio produzidos pelo jornal O Globo.

Diversos novos podcasts foram anunciados no evento:
* podcast sobre armamentismo no Brasil, com Sônia Bridi;
* "Atenção, passageiros!", podcast sobre aviação com Lito Sousa;
* "Pega essa ref", podcast de cultura pop com Kaique Brito;
* "Fala, emancipade!, podcast sobre educação financeira com Amanda Dias;
* "BBB tá on", podcast sobre o "BBB21" com Samir Duarte e Jeska Grecco;
* "Astrológicas", podcast sobre astrologia com Titi Vidal e Isabel Mueller;
* podcast sobre parentalidade com Karina Godoy e Natália Ariede;
* podcast sobre CBLOL, campeonato brasileiro de League of Legends, com Diego Lunacy Oliveira e outros comentaristas de e-sports;
* "Projetos Humanos", podcast com Ivan Mizanzuk.

1 COMENTÁRIO

  1. Sem dúvida é um ótimo passo para o reconhecimento da mídia podcast que hoje em dia conta até mesmo com uma associação (a ABPOD)! Porém sempre devemos ter nossas ressalvas com veículos grandes e de alcance gigantesco. Que sejam somente parcerias com podcasts independentes e menores, mas que isso não venha com um script de como o podcast de fulano de tal deverá agir a partir do momento
    de efetuada a parceria. E que também não acabe ofuscando podcasts que não façam parcerias com eles! Pois de outro modo, seriam tão predadores quanto o Spotify, que tenta limar alguns podcasts de outros aplicativos para que sejam ouvidos somente nele. Isso sem falar na cobrança de episódios com frequências muito maiores que qualquer podcast consegue gerar em nosso país, salvo exceções de gente que já vive do youtube e está entrando agora no mundo dos podcasts, ou podcasters que vivem disso (que podemos contar nos dedos de uma mão). Ah, e antes que eu esqueça, ótima matéria!

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