CES acontece esta semana, e vê mudança da era da conectividade para a era dos dados

O principal evento de eletrônica de consumo do mundo, a CES 2018, começa esta segunda, em Las Vegas, vivendo o mesmo dilema de toda a indústria de tecnologia: a migração da era da conectividade digital para a era dos dados. Inteligêcia artificial e data analytics são os temas que dominam boa parte das palestras, conferências de imprensa e que certamente será vista no pavilhão de exposição de produtos (cuja abertura acontece na terça, 9). Se há alguns anos o evento colocava em destaque os dispositivos e sensores conectados, agora os debates passam a ser sobre os serviços e o que as informações coletadas podem oferecer.

Trata-se de um evento essencialmente de hardware, focado na venda de aparelhos de consumo. Mas a mudança para o ambiente do software e dos conteúdos é clara. E um exemplo é que a Consumer Technology Association (CTA), organizadora do evento, passou a incluir em sua pesquisa semestral sobre produtos de tecnologia de consumo os números dos serviços de streaming de áudio e vídeo, por exemplo.

Segundo Steve Koening, diretor de pesquisa da CTA, há três conjuntos de tecnologias que aparecem este ano em destaque na CES e que merecem um acompanhamento mais de perto, por representarem as princiais tendências tecnológicas. No campo das tecnologias habilitadoras, ele destaca o desenvolvimento da próxima geraçõ de redes móveis (5G), o campo da Inteligência Artifical e a robótica.

Das tecnologias já no mercado que estão apresentando um desenvolvimento notável e que merecem atenção estão as tecnologias de sensores e interfaces de relacionamento. Esse exemplo é bem ilustrado pelo expressivo desenvolvimento, pelo menos nos EUA, do mercado de hardwares interligados a assistentes pessoais, como Alexia e Google Assistant (as duas principais estrelas da CES 2018.

Entre os temas novos ou de futuro que a CES 2018 dará atenção especial estão o mercado de smartcities, inovações tecnológicas ligadas ao esporte (desde as tecnologias de treinamento, condicionamento físico até tecnologias de transmissão de eventos em realidade virtual). Outro tem que a CTA considera promissores está o mercado de terapêuticas digitais, ou seja, uso de tecnolgias não apenas para diagnósticos e monitoramento de condições de saúde, mas também de tratamento.

Mercado em expansão

O conjunto de tecnologias de consumo monitoradas pela CTA registrou, nos EUA, um valor recorde de US$ 351 bilhões em 2017, um aumento de 3,9%, mas parte disse se deve ao fato de que as tecnologias de streaming passaram a ser computados. De qualquer maneira, seguem os principais números compilados pelo estudo de acompanhamento do mercado da Consumer Technologies Association. Todos os dados referem-se apenas aos EUA, já que a associação parou de fazer o acompanhamento global de todos os itens desde o ano passado:

* O mercado de smartspeakers (Amazon Echo e Google Home, por exemplo) chegou em 2017 a 27 milhões de unidades e deve gerar este ano US$ 3,8 bilhões em receitas (aumento de 93%) com 43,6 milhões de unidades vendidas. Segundo Koening, este é o mercado que mais deve crescer nos próximos nos. Ele compara o ritmo de crescimento ao que se viu nos mercados de DVDs e tablets quando foram lançados. Até 2021 terão sido vendidos mais de 200 milhões de smartspeakers nos EUA, sobretudo por conta da crescente integração dos assistentes pessoais (Alexa, Google Assistant, Siri, Cortana etc) a outros dispositivos.

* Dispositivos para casas conectadas somaram 40,8 milhões de unidades e geraram US$ 4,5 bilhões em receitas em 2017 (aumento de 34%)

* Dispositivos de realidade virtual devem vender cerca de 4,9 milhões de unidades este ano e gerar uma receita nos EUA de US$ 1,2 bilhão.

* O mercado de drones deve gerar mais de 3,7 milhões de vendas nos EUA este ano e receitas de US$ 1,2 bilhão, sendo que a maior parte das vendas será de drones pequenos, de menos de 250 gramas (2,2 milhões de unidades em vendas previstas para 2018.

As tecnologias já consolidadas seguem crescendo também:

* O mercado de smartphones nos EUA vendeu 189 milhões de unidades e receita de US$ 62,9 bilhões.

* Wearables: apesar do termo desgastado, as vendas seguem altas, com 49,3 milhões de unidades sendo vendidas este ano, segundo a CTA, e US$ 6,4 bilhões em receitas.

* Este nao, pela primeira vez, o conjunto de TVs com capacidade de 42 milhões se considerados todos os modelos. já deve representar metades das vendas de 2018, com 22 milhões de unidades nos EUA, para um total de 42 bilhões de televisores ainda sendo vendidos este ano.

* O mercado de tablets deve sofrer um revés este ano, com queda na venda de aparelhos. Serão 45,6 milhões de unidades este ano, o que representa uma queda de 12% em relação a 2017.

1 COMENTÁRIO

  1. O seu texto: "O principal evento de eletrônica de consumo do mundo, a CES 2018, começa esta segunda, em Las Vegas, vivendo o mesmo dilema de toda a indústria de tecnologia: a migração da era da conectividade digital para a era dos dados."

    Sem Conectividade não há Dados. E a Conectividade está longe de ser resolvida, com redes antigas, sem proteção e de baixa confiabilidade.

    Lá nos EUA e aqui mais ainda. As operadoras devem investir mais para que as redes sejam transparentes aos serviços. Hoje estão em evidência, pela baixa qualidade e alto custo. Mau sinal (desculpe o trocadilho).

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